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Facada em Bolsonaro: Adélio agiu sozinho, conclui Polícia Federal

Até aqui, dois inquéritos da PF concluíram que Adélio agiu sozinho, sem ordem de mandantes ou auxílio de comparsas.
Até aqui, dois inquéritos da PF concluíram que Adélio agiu sozinho, sem ordem de mandantes ou auxílio de comparsas.

BRASÍLIA (AG) – A Polícia Federal concluiu que o atentado contra o então candidato à presidência Jair Bolsonaro, durante a campanha eleitoral de 2018, foi realizado por uma única pessoa. Após a prisão de Adélio Bispo dos Santos pela facada no ex-presidente, a corporação retomou as investigações para tentar identificar outros envolvidos com o crime, o que não ocorreu.

“Após retomada de investigações para identificar possíveis envolvidos no atentado contra o então candidato à Presidência da República Jair Messias Bolsonaro em 2018, a Polícia Federal concluiu que houve apenas um responsável pelo ataque, já condenado e preso”, diz a PF, em nota divulgada nesta terça-feira.

As investigações miraram nas relações de um dos advogados de defesa de Adélio. Segundo a PF, foi identificado outros possíveis delitos do defensor, mas nada relacionado ao atentado contra Bolsonaro.

“Por conseguinte, o relatório final foi apresentado, atendendo a novas solicitações do Ministério Público Federal, e agora aguarda a manifestação do Juízo. A Polícia Federal manifestou-se pelo arquivamento do Inquérito Policial”, conclui a nota da instituição.

– Comprovamos, sim, a vinculação desse advogado com o crime organizado (PCC), mas nenhuma vinculação desse advogado com a tentativa de homicídio do ex-presidente. Com isso, encerramos essa investigação. Apresentamos ao Poder Judiciário hoje esse relatório sugerindo, em relação ao atentado, o arquivamento – explicou o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.

O ato de Adélio contra Bolsonaro gerou uma série de teorias, que iam desde ligações do criminoso com políticos adversários a conluios para que o crime fosse acobertado. No entanto, a conclusão da Polícia Federal de que ele agiu sozinho está amparada na análise exaustiva de imagens do ataque, de mensagens e da quebra de sigilos telefônicos e bancários de Adélio e de pessoas que pudessem ter alguma ligação com o episódio, não sendo constatado qualquer elemento que indicasse a participação de mais pessoas.

Adélio atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Já nos primeiros dias após o atentado a defesa do agressor passou a argumentar que o crime foi “fruto de uma mente atormentada e possivelmente desequilibrada” por um problema de ordem psiquiátrica.

A PF já tinha concluído outras vezes que Adélio agiu por conta própria, mas faltava quebrar o sigilo bancário do advogado Zanone Manuel de Oliveira, responsável pela defesa de Adélio. A polícia queria saber se ele foi contratado por um terceiro ou se resolveu assumir o caso atraído pela exposição midiática que teria.

Durante a investigação, foi constatada a insanidade mental de Adélio. Em depoimento que prestou em agosto de 2019, porém, ele próprio disse que “nunca concordou com a tese de defesa de seu advogado, que alegou sua insanidade mental” e que “é réu confesso e gostaria de ter sido tratado como tal somente”.

A PF também periciou a faca usada por Adélio e constatou que “é dotada de lâmina afiada e ponta, sendo eficaz para causar feridas incisas e pérfuro-incisas, além de possuir cabo de plástico, eficaz para causar feridas contusas”. Estimou até mesmo seu valor de mercado: 7 reais.