Notícias

Exame simples pode ajudar na prevenção da doença renal crônica

Principal tratamento para a doença na fase crônica é a hemodiálise, oferecida pelo SUS

FOTO: PILLAR PEDREIRA/AGÊNCIA SENADO
Principal tratamento para a doença na fase crônica é a hemodiálise, oferecida pelo SUS FOTO: PILLAR PEDREIRA/AGÊNCIA SENADO

Ana Laura Costa

O Dia Mundial do Rim é celebrado hoje (9) e, neste ano, o mote da campanha no país é “Saúde dos Rins (& exame de creatinina) Para Todos”. A data tem como objetivo disseminar informações sobre as doenças renais, estimulando a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), no Brasil, o número de pacientes com doença renal crônica (DRC) avançada é crescente, sendo que atualmente mais de 140 mil pessoas realizam diálise no país. Em 2040, a DRC deve ser a 5ª maior causa de morte no mundo, o que destaca a importância da prevenção. Entre os principais fatores de risco estão diabetes, hipertensão arterial, obesidade, tabagismo, histórico familiar de doença renal, idade avançada e uso prolongado de certos medicamentos.

Os rins executam uma importante tarefa para a saúde do corpo por inteiro, segundo o médico nefrologista Luís Cláudio Pinto. “Além de limpar as impurezas e toxinas do sangue, regular a água e manter o equilíbrio dos eletrólitos em nosso corpo, liberar hormônios para manter a pressão arterial e ativar a vitamina D para a saúde dos ossos, os rins realizam uma filtragem inteligente, ele escolhe as substâncias essenciais para a gente e elimina tudo aquilo que não é necessário”.

Segundo o nefrologista, as doenças renais crônicas não costumam apresentar sintomas, sobretudo no início. “O paciente deve estar atento a sinais como alterações na urina como espuma, sangue, descontrole da pressão arterial, anemia e inchaços no corpo por conta da retenção de líquidos. Em fases mais avançadas, os sintomas frequentes são falta de ar, enjoos, vômitos e redução da quantidade de urina”, ressalta.

EXAME

A creatinina é uma substância presente no sangue que funciona como um marcador para avaliar o funcionamento dos rins. O exame, feito a partir de uma amostra simples de sangue, consiste em verificar o nível de creatinina. Se ele estiver alto ou em elevação, há indícios de problemas renais. “Essa é uma luta nossa, que todos tenham acesso ao exame para identificar de forma precoce qualquer problema renal”, alega o médico nefrologista.

A doença renal crônica está associada a duas doenças de alta incidência na população brasileira: hipertensão arterial e diabetes.Como o rim é um dos responsáveis pelo controle da pressão arterial, quando ele não funciona adequadamente há alteração nos níveis de pressão. Portanto, a hipertensão pode ser a causa ou a consequência da disfunção renal, e seu controle é fundamental para a prevenção da doença.

Já a diabetes pode danificar os vasos sanguíneos dos rins, interferindo no funcionamento destes órgãos, que não conseguem filtrar o sangue corretamente. Mais de 25% das pessoas com diabetes tipo I e 5 a 10% dos portadores de diabetes tipo II desenvolvem insuficiência renal. “Controlar a pressão alta e diabetes é fundamental para evitar complicações. O paciente renal deve se dedicar a cuidar desses dois fatores para não evoluir”, orienta.

A prevenção consiste na adoção de hábitos de vida saudáveis e informações sobre a doença para identificá-la de forma precoce. “Praticar atividade física é indispensável, assim como evitar alimentos ultraprocessados, embutidos e consumo excessivo de sal e açúcar, principais causas de doenças renais. O consumo adequado de água também evita a formação de cálculo renal e infecção urinária. A obesidade é um fator de risco assim como o tabagismo”, encerra.