Luis Marcos dos Reis movimentou R$ 3,3 mi em operações atípicas

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Luis Marcos dos Reis movimentou R$ 3,3 mi em operações atípicas FOTO: reprodução

Eduardo Gonçalves e Camila Turtelli/Agência Globo

 

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de combate à lavagem de dinheiro, detectou movimentação “atípica” e “incompatível” nas contas do segundo sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, que era supervisor da Ajudância de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O órgão calculou que ele movimentou um total de R$ 3,3 milhões entre 1º de fevereiro de 2022 e 8 de maio de 2023. Segundo o Portal da Transparência, Reis recebe uma aposentadoria do Exército no valor bruto de R$ 12 mil.

“Considerando a movimentação incompatível com a renda conhecida do analisado e demais atipicidades apontadas, comunicamos pela possibilidade de constituir-se em indícios do crime de lavagem de dinheiro, ou com ele relacionar-se”, diz o Coaf sobre as transações do militar.

Procurada, a defesa de Reis afirmou que não tem como se pronunciar sobre documentos aos quais ela não teve acesso. Na semana passada, o advogado Alexandre Vitorino, que defende o militar, entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso aos relatórios do Coaf que mencionam seu cliente e estão sob análise da CPI dos Ataques Golpistas.

Reis era subordinado ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-chefe da Ajudância de Ordens de Bolsonaro. E, assim como ele, está preso preventivamente no caso das supostas fraudes no cartão de vacinação do ex-presidente e seus familiares. Segundo o seu próprio currículo, Reis era “responsável pelo atendimento das demandas pessoais” de Bolsonaro.

Ao analisar as movimentações, o Coaf destacou um repasse de R$ 72 mil a Cid em quatro depósitos. “Principais lançamentos a crédito e a débito referem-se as transações envolvendo mesma titularidade e pessoas físicas e jurídicas de ramos diversos, das quais destacamos Mauro Cesar Barbosa Cid, já relacionado em comunicação de operações suspeitas e para o qual consta mídia desabonadora sobre suposto envolvimento em crime de lavagem de dinheiro”, afirma o relatório.