
O ministro do Turismo, Celso Sabino, não perdeu a chance de devolver com ironia ao ser chamado de “imoral” pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado. O parlamentar paraense respondeu em tom afiado: só falaria sobre o governador de Goiás “quando ele atingir 1,5% nas pesquisas” — repetindo a frase usada por Lula contra o próprio Caiado em um debate durante a campanha para a presidência em 1989. A coincidência não foi por acaso: Sabino havia visto o vídeo histórico dias antes e pareceu saborear a deixa.
O embate ocorreu após a reunião da Executiva Nacional do União Brasil, na quarta, 9, que deu início ao processo de expulsão de Sabino do partido. Dentro da sala, o clima foi tudo menos diplomático. Caiado atacou o ministro, dizendo que sua permanência na legenda, mesmo integrando o governo Lula, era “de uma imoralidade ímpar”.
Sabino retrucou com elegância cortante — questionou se Caiado pretende continuar no União Brasil caso não seja o candidato à Presidência, já que o presidente da sigla, Antonio Rueda, tem demonstrado preferência por Tarcísio de Freitas. A pergunta pairou no ar: o governador não respondeu.
Resultado: o que era para ser uma reunião partidária virou um duelo político com ecos da velha escola — onde ironia vale mais que grito e memória histórica é arma de retórica.