FOLHAPRESS
Eduardo Leite (PSDB) tomou posse neste domingo (1º) como governador do Rio Grande do Sul. Ele chegou à cerimônia acompanhado do namorado, o médico capixaba Thalis Bolzan. “Sou muito feliz pela família que eu tenho e por ter o Thalis, que também compreende o quanto que a vida pública nos demanda, e também me estimula e me dá forças para seguir em frente”.
Leite aproveitou para cutucar o rival na disputa pelo governo, Onyx Lorenzoni (PL), que durante a campanha fez ataque de cunho homofóbico e afirmou que se vencesse, o estado teria uma “primeira-dama de verdade”.
“Isso não foi um assunto na campanha. Quando tentaram fazer disso um assunto, houve o repúdio da população e o que importa é o sentimento que a gente carrega dentro de cada um de nós. E o meu é de muito amor pelo Thalis e pelo povo do Rio Grande do Sul”, disse o governador em discurso neste domingo.
Leite falou pela primeira vez publicamente sobre sua sexualidade em 2021, em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, quando afirmou ser “um governador gay” e assumiu o relacionamento com o Bolzan.
A cerimônia de posse foi comandada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira (PT), e reuniu autoridades. Após a sessão, Leite e o vice, Gabriel Souza, seguiram para o Palácio Piratini para a cerimônia de transmissão de cargo e posse do secretariado.
Leite fez um aceno a Lula em seu discurso: “Garanto ao povo gaúcho que manteremos com o governo federal uma relação saudável e madura, de respeito federativo”, disse. “Nós e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atendemos a mesma população aqui no Rio Grande do Sul.”
Reeleito, o tucano tenta assegurar caixa para um mandato tranquilo, se reaproxima de partidos de direita e se coloca desde já como potencial sucessor de Lula.
A primeira sinalização veio no final de novembro, quando Leite aceitou a indicação para a presidência nacional do PSDB, uma possibilidade que negava quando disputava a pré-candidatura à Presidência pelo partido contra o então governador de São Paulo João Doria.
Um dos primeiros desafios à frente do partido será ganhar musculatura política após o desempenho pífio nas últimas eleições, em que viu sua bancada diminuir de 29 para 13 deputados federais.
Para tal, abriu negociações para uma federação ou fusão com o Podemos, que recentemente se fundiu com o PSC e passará a contar com 18 deputados e sete senadores. O PSDB tem quatro cadeiras no Senado, nenhuma conquistada em 2022.
A ideia é articular um bloco nacional de oposição a Lula com viés moderado e liberal, menos estridente e ideológico que a oposição bolsonarista prometida pelos nomes eleitos sob a legenda do PL.
No Rio Grande do Sul, o tucano se esforça em atrair o partido do adversário Onyx Lorenzoni (PL) para a base do governo.