Washington teve seu próprio episódio de Barrados no Baile na última quarta, 16. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o empresário Paulo Figueiredo foram até o Departamento de Estado dos EUA tentando se infiltrar numa reunião entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. Acabaram — literalmente — barrados na porta.
Segundo a jornalista Maria Cristina Fernandes, da GloboNews, a dupla pretendia sabotar o encontro, mas nem chegou perto do anfitrião. “O relato que se tem é que os dois chegaram lá e foi uma passagem fugidia. Disseram para eles: ‘Olha, mudou a agenda, mudaram as prioridades. Por causa da China, a gente está precisando do Brasil’. E puseram os dois para correr”, contou a jornalista sobre relato de uma fonte que presenciou o episódio.
Sem direito a foto, café ou salamaleques, Eduardo e Figueiredo “passaram raspando” e voltaram sem o abraço de Marco Rubio — mas com material suficiente para um bom desabafo nas redes.
E de fato, horas depois, Eduardo publicou um vídeo indignado, dizendo que “tudo que o Brasil pediu, não conseguiu nada”, e acusando o Itamaraty de fracassar nas negociações. O problema é que o comunicado oficial de Washington afirma justamente o contrário: a reunião foi positiva, durou pouco mais de uma hora e abriu caminho para novas tratativas entre Lula e Donald Trump — um baile diplomático ao qual os dois não constavam da lista de convidados.
No fim das contas, foi uma cena digna de trilha sonora. Como diria Eduardo Dusek, “não se vá ainda, não vá agora… espere até o baile terminar”. Mas, ao que tudo indica, o segurança do Departamento de Estado não quis saber de reprise: tocou o apito, encerrou a música — e nossos dois viajantes ficaram mesmo do lado de fora, sem dançar.
Editado por Clayton Matos