
A Cacau Show, uma das maiores redes de franquias do país, está no centro de denúncias feitas por ex-franqueados, que acusam a empresa de operar com práticas abusivas. Segundo relatos, o modelo de expansão da marca estaria sustentado por uma lógica semelhante à de pirâmides financeiras, em que a abertura constante de novas unidades garantiria a manutenção da rede — mesmo com franqueados antigos operando no vermelho.
As denúncias vieram à tona após a série “Cacau Crise”, publicada pelo DCM, que reuniu relatos de ex-franqueados e especialistas em franchising. Eles descrevem um ambiente marcado por promessas irreais de lucro e forte pressão para expansão, o que alguns chegaram a comparar a uma “seita empresarial“, onde o discurso motivacional encobre prejuízos recorrentes.
Rede Park: o megaprojeto bilionário
Enquanto os questionamentos crescem, o fundador da marca, Alexandre Costa, mantém o foco em um novo empreendimento de grande porte: o Rede Park, parque temático orçado em R$ 2 bilhões, que será construído em Itapevi (SP). O projeto prevê hotel, centro de convenções, áreas de lazer e uma megafábrica, com inauguração prevista para 2026. A proposta segue a inspiração de complexos internacionais, como os parques da Disney.
Cacau Show nega irregularidades
A empresa nega qualquer irregularidade e afirma atuar dentro da legalidade, conforme as normas do setor de franquias. Também reforça que oferece suporte aos franqueados e que o sucesso da marca depende diretamente da parceria com os operadores locais.
O caso reacende o debate sobre o equilíbrio na relação entre grandes franqueadoras e pequenos empreendedores, especialmente diante de modelos de negócio que misturam marketing agressivo, promessa de sucesso e expansão acelerada.