FRASE POLÊMICA

'Deus me livre de mulher CEO': Tallis Gomes é expulso do conselho da Hope

Tallis Gomes, empresário
Tallis Gomes, empresário

O empresário Tallis Gomes, CEO da G4 Educação, foi expulso do conselho consultivo da empresa de lingerie Hope após criticar mulheres que estão no mais alto cargo de chefia das companhias e ficar conhecido pela declaração “Deus me livre de mulher CEO”.

“Tallis Gomes deixará o conselho consultivo da Hope. Acreditamos que esse é um momento em que ele precisa refletir sobre a importância das lideranças femininas e como essa evolução traz ganhos e benefícios para toda sociedade, que não irá retroceder”, disse Sandra Chayo, diretora da companhia.

Por meio de nota, Chayo enfatizou que a Hope é liderada por mulheres. “Temos esperança em nossa essência e acreditamos na força da construção em conjunto de uma realidade em que a equidade de gênero não seja mais um tema a ser discutido”, completou a diretora.

Nesta semana, Gomes soltou a frase ‘Deus me livre de mulher CEO’ em uma publicação no Instagram ao responder à pergunta “se sua mulher fosse CEO de uma grande companhia, vocês estariam noivos?”.

Após a fala, a presidente do conselho de administração do Magalu, Luiza Helena Trajano, dona do Magalu, disse em publicação no LinkedIn que não concordava com os comentários do executivo, após a companhia e a G4 Educação firmarem parceria para a produção do evento Expo Magalu, que ocorreu em agosto deste ano.

“O Magalu fez uma parceria pontual com o G4 para oferecer um curso a pedido dos sellers [vendedores] do nosso marketplace. Não concordo em nada com o posicionamento. Às mulheres, peço que não deixem que posicionamentos como esse abalem seus desejos e opções. Quem te irrita te domina. Não deixemos a irritação nos dominar”, disse Trajano.
Procurada, a G4 Educação disse, por meio de nota, que o CEO “entendeu o erro e pediu desculpas”, e que a fala não representa a empresa, que tem 135 mulheres.

Não é a primeira vez que o empresário viraliza por frases consideradas preconceituosas e polêmicas. Em julho, Gomes disse em um podcast que não contrata “esquerdistas” para a G4 Educação. Ele também exaltou jornadas de “70 horas ou 80 horas por semana de trabalho”, e afirmou que trabalho remoto apenas no fim de semana, ou seja, fora do que deveria ser o horário de trabalho normal.

À Folha o empresário que fundou a Easy Taxi disse que soltou as frases por querer, para viralizar e vender mais. A G4 Educação é uma empresa de cursos de vendas e gestão comercial.

“Eu usei um termo mais polêmico porque sabia que iria chamar atenção. A gente vive uma guerra por atenções, então é positivo para o nosso negócio que haja mais atenção e que isso se transforme em vendas”, afirmou ao jornal.

STÉFANIE RIGAMONTI/SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) –