AMAZÔNIA

Desmatamento na amazônia cai 30,6%. com menor área devastada em 9 anos

O Brasil está no centro dos debates referentes à conservação do meio ambiente e mudança do clima, pois vai sediar no ano que vem a COP30, conferência que será sediada em Belém.

O governo dos Estados Unidos anunciou na manhã deste domingo (17) a consolidação de um pacote de ajuda a iniciativas de conservação da Amazônia.
O governo dos Estados Unidos anunciou na manhã deste domingo (17) a consolidação de um pacote de ajuda a iniciativas de conservação da Amazônia. Foto: Reprodução/Agência Brasil

O desmatamento na amazônia de agosto de 2023 a julho deste ano teve uma redução de 30,6% comparado ao mesmo período anterior, segundo dados apresentados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) nesta quarta-feira (6).

Esse índice corresponde a uma perda de vegetação nativa de uma área de 6.288 km², o menor patamar em nove anos, de acordo com o governo federal.

Os dados do Inpe também apontam uma queda de 25,7% no índice de desmatamento no cerrado, com uma perda de vegetação equivalente a 8.174 km². No entanto, é o segundo ano seguido em que o índice de desmatamento do cerrado é superior ao da amazônia.

Os dados foram divulgados durante evento no Palácio do Planalto. Inicialmente, estava prevista a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas ele acabou cancelando a agenda de última hora.

Os números fazem parte do programa Prodes (Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite), o principal indicador para desmatamento, do Inpe. O sistema reúne os dados sobre a floresta derrubada de agosto de um ano anterior até julho do outro.

“Já no primeiro ano [do governo Lula] houve uma redução dessa tendência [de alta do desmatamento] e isso se concretizou no ano passado numa queda de 22,3% em relação a 2022. E depois este ano a gente apresentou uma nova queda, ainda mais expressiva, de 30,6%, em relação ao dado do ano passado”, afirmou Gilvan Sampaio, coordenador-geral de Ciências da Terra e diretor substituto do Inpe, em referência aos dados da amazônia.

“A queda deste ano se soma à queda do ano anterior e, com isso, há uma queda de mais de 45% em relação a 2022”, completou. O pesquisador calcula que, se o desmatamento tivesse continuado como em 2022, último ano do governo Jair Bolsonaro (PL), marcado por retrocessos ambientais, 790 mil hectares a mais teriam sido desmatados.

Os dados do período anterior -de agosto de 2022 a julho de 2023-, que foram apresentados consolidados em maio deste ano, haviam mostrado uma redução de 21,8% comparado com a medição anterior. A perda de vegetação nativa atingiu 9.064 km² naquele período.

O Ministério do Meio Ambiente explica que a diferença dos dados anteriores -entre os 21,8% apresentados em maio e os 22,3% citados hoje- se dá por ajustes que são feitos nos dados coletados.

Aquele havia sido o menor patamar desde 2018, quando foram perdidos 7.536 km² no bioma.
Os dados do programa ainda mostram redução de 9,2% do desmatamento no pantanal (723,13 km²) em comparação com o período anterior. Houve ainda queda de 6,6% nos dados sobre a área não florestal do bioma amazônico.

O governo escolheu apresentar os números do Prodes a poucos dias do começo da COP29, cúpula do clima da ONU que começa na próxima segunda (11) em Baku, no Azerbaijão.
Após ter sofrido um acidente doméstico, o presidente Lula decidiu cancelar a sua participação. O país será representado pelo vice Geraldo Alckmin (PSB).

O Brasil está no centro dos debates referentes à conservação do meio ambiente e mudança do clima, pois vai sediar no ano que vem a COP30, conferência que será sediada em Belém.