O homem executado a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, foi identificado como Antonio Vinícius Lopes Gritzbach. Corretor de imóveis, ele foi jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), já tendo sido vítima no passado de um sequestro que teria sido orquestrado pelo grupo criminoso.
A facção o acusou de ter desviado R$ 100 milhões da organização e ter ordenado a morte do traficante Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta. Os valores teriam sido entregues pelo criminoso a Gritzbach para que fossem investidos em criptomoedas. Com a morte do traficante, ocorrida em 2021, o PCC chamou o corretor de imóveis para “conversar” na casa de um integrante do grupo.
Gritzbach descreveu ter ficado em poder da facção por 9 horas durante um “tribunal do crime”, em depoimento prestado às autoridades. Ele foi liberado sob a promessa de que iria reaver o montante, mas acabou preso e decidiu contar o que sabia. Em setembro de 2023, a defesa do homem ofereceu uma delação premiada ao Ministério Público de São Paulo, homologada pela Justiça em abril deste ano.
Na delação, Gritzbach acusou também dirigentes ligados a empresas que agenciam jogadores de futebol de terem lavado dinheiro do PCC. Um dos envolvidos é Danilo Lima de Oliveira, o Tripa, da Lion Soccer Sports.
Tripa seria um dos presentes no sequestro de Gritzbach, no qual o delator relatou ter sido torturado. Segundo Gritzbach, ele era o mais violento entre os sequestradores. Tripa teria mandado o corretor ligar a familiares para se despedir e ameaçou esquartejar a vítima. A empresa da qual Danilo Oliveria é sócio agencia jogadores da Série A do Campeonato Brasileiro.
(AG)