VEJA O VÍDEO

“Dá vontade de dar na cara”: CEO da Cresci e Perdi explode contra franqueados

A fundadora afirma, em vídeo do Instagram voltado a licenciados, que "dá vontade de dar na cara" de franqueado

Em nota, a Cresci e Perdi afirma que o vídeo de 2024 foi originalmente veiculado em um canal interno de treinamento da empresa, descontinuado no ano passado.
Em nota, a Cresci e Perdi afirma que o vídeo de 2024 foi originalmente veiculado em um canal interno de treinamento da empresa, descontinuado no ano passado.

A fundadora da rede de desapego de moda infantil Cresci e Perdi Elaine Alves afirma, em vídeo do Instagram voltado a licenciados, que “dá vontade de dar na cara” de franqueado. O conteúdo, que segundo a empresa é do final do ano passado, foi publicado em um canal interno voltado a licenciados quando Elaine era CEO da marca.

A gravação, divulgada inicialmente pelo Metrópoles, começa com a empresária dando bom dia aos seguidores. Em seguida, ela passa a reclamar dos problemas da rede. “Eu queria fazer a CEO zen que vai trabalhar e falar eu amo meu trabalho. Mas não dá, velho. Eu fico aqui me descabelando para criar estratégia, evento, para criar todo o contexto para nóis diferenciar, pra nóis ter o lugar na audiência que nóis merece. E os franqueados… dá vontade de dar na cara”, diz.

Em nota, a Cresci e Perdi afirma que o vídeo de 2024 foi originalmente veiculado em um canal interno de treinamento da empresa, descontinuado no ano passado. “O material abordava orientações operacionais a respeito de um evento específico. Trechos isolados não representam os valores nem o posicionamento institucional da marca”, afirma.

Ao longo do vídeo, Elaine Alves critica franqueados por realizarem promoções consideradas equivocadas, com venda de itens de maior valor por R$ 28. Ao citar itens como carrinhos de bebê, diz: “E outra, você está cheia de cadeirinha aí, bebê conforto e tudo para você enfiar no cu? Nossa, gente, desculpa o estresse, mas me dá até uma gastura”, diz. Em seguida, ela afirma que vai suspender a promoção.

Em outros trechos, a executiva explica que as franquias deveriam ‘queimar’ produtos novos, em promoções, para equalizar margens. “No usado não, caralho, que o usado está difícil pra burro”, diz ela sobre a aplicação de grandes descontos em produtos seminovos.

Na nota a Cresci e Perdi também diz que “segue comprometida com o respeito aos franqueados e a transparência que sempre nortearam nossa atuação”. Saulo Alves, primo de Elaine e um dos cofundadores da rede, é o atual CEO e diz que permanece à disposição dos parceiros para eventuais esclarecimentos.

A empresa conta com 566 franquias em operação e outras 94 em fase de implementação. Em janeiro de 2024, a Enjoei, empresa de comércio de produtos usados, adquiriu 25% da rede por R$ 30 milhões.

Ela também defende a exposição de lojas que erraram promoções e cita nominalmente franqueados de diferentes cidades. Um dos citados é um franqueado de Goiânia. No relato, ela afirma que notificou o casal proprietário da loja e disse que, na época, “fez um inferno” na vida deles. Durante as críticas, a empresária também divulgou o faturamento de diferentes unidades para comparar quem estaria seguindo a estratégia certa e quem fazia promoções erradas.

Em outro vídeo, ela diz que não vai aguentar “piti” de franqueado. Mais uma vez, ela comenta eventos promocionais que não estariam sendo feitos da forma correta por licenciados. “Então vocês não fica de piti aqui não que hoje eu tô num dia péssimo e eu vou mandar se foder pra cima. Ah, vai cagar. Vá à merda”, diz.

CASO CACAU SHOW
Este não é o primeiro caso de franqueados que relatam dificuldades com empresas. Em maio deste ano, licenciados da Cacau Show relataram cobranças de taxas consideradas abusivas, dívidas, ameaças de consultores da rede, multas questionáveis e um suposto culto à personalidade do fundador Alexandre Costa.

A Cacau Show, que possui mais de 4.600 unidades no país, segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising), disse, na época, que considerava todas as acusações falsas. A empresa contestou a existência de cobranças excessivas ou indevidas e defendeu consultores, alvos de queixas de comportamento considerado abusivo.

JÚLIA GALVÃO