INCLUSÃO

Da discriminação à inclusão: A jornada das Pessoas Trans e seus direitos

Faça parte do movimento pela visibilidade trans no Dia Nacional da Visibilidade Trans. Conheça os direitos das pessoas trans.

Faça parte do movimento pela visibilidade trans no Dia Nacional da Visibilidade Trans. Conheça os direitos das pessoas trans.
Faça parte do movimento pela visibilidade trans no Dia Nacional da Visibilidade Trans. Conheça os direitos das pessoas trans.

Desde 2004, o dia 29 de janeiro é celebrado como o Dia Nacional da Visibilidade Trans, instituído com o lançamento da campanha “Travesti e Respeito”, promovida pelo Ministério da Saúde.

Embora haja avanços na luta pelo reconhecimento e proteção dos direitos das pessoas trans, tanto no Brasil quanto no mundo, elas ainda enfrentam discriminação e violência. Além disso, têm dificuldades no acesso a serviços públicos essenciais, como saúde, educação e justiça.

A ONU Mulheres está comprometida em mudar essa realidade. Neste 29 de janeiro, junte-se ao movimento pela eliminação de todas as formas de discriminação de gênero e celebre o Dia Nacional da Visibilidade Trans. Comece conferindo cinco aspectos importantes sobre os direitos humanos das pessoas trans.

  1. A identidade de gênero é protegida pelo direito internacional dos direitos humanos e considerada um motivo proibido de discriminação

O princípio da não-discriminação é central nos direitos humanos, garantindo que nenhuma pessoa ou grupo sofra distinção, exclusão ou restrição que prejudique o reconhecimento e o exercício de seus direitos. Diversas características, como religião, raça, etnia, idade, orientação sexual e identidade de gênero, são protegidas contra discriminação.

Desde 2010, o Comitê da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW) reconhece a discriminação de gênero como uma violação dos direitos humanos, considerando também a interseccionalidade, ou seja, os impactos da raça, idade, classe e identidade de gênero na discriminação.

  1. A situação das pessoas trans é reconhecida internacionalmente como um dos principais desafios de direitos humanos no Brasil

Nos últimos dez anos, o Brasil recebeu 48 recomendações internacionais para adotar medidas que protejam os direitos das pessoas trans. Em 2024, o Comitê da CEDAW reiterou a preocupação com os altos índices de violência contra mulheres lésbicas, bissexuais, trans e intersexo, especialmente as negras, e a falta de proteção às pessoas trans e gênero-diversas.

O Comitê sugeriu diversas ações, como a implementação de sistemas de coleta de dados sobre violência, medidas para garantir igualdade em áreas como educação e emprego, e a criminalização da transfobia.

  1. A autodeterminação de gênero é um direito humano

A identidade de gênero é uma dimensão fundamental da personalidade humana, sendo autodeterminada. Imposições legais que exigem tratamentos médicos, esterilização ou outros processos abusivos para o reconhecimento da identidade de gênero violam os direitos das pessoas trans.

A autodeterminação de gênero é um direito consagrado em várias convenções internacionais, com o objetivo de proteger o direito de cada pessoa de definir sua identidade sem interferência do Estado ou de outros.

  1. Pessoas trans contribuem de forma significativa à sociedade, não sendo uma ameaça

Pessoas trans têm realizado contribuições importantes em diversas áreas, como arte, política, saúde, ciência e esportes. No Brasil, o movimento trans foi crucial na resposta à epidemia de HIV e, em 2022, pela primeira vez, a Câmara dos Deputados teve representantes trans.

A participação ativa e sem discriminação das pessoas trans é essencial para a democracia. A ideia de que o reconhecimento legal das identidades trans ameaça a segurança de espaços é baseada em estereótipos discriminatórios e não encontra respaldo em evidências.

  1. Proteger os direitos das pessoas trans e eliminar a discriminação é parte fundamental do mandato da ONU

Criada para promover o respeito aos direitos humanos, a ONU tem se comprometido a proteger as populações LGBTQIA+, incluindo as pessoas trans, no Brasil e no mundo. O Marco de Cooperação da ONU no Brasil reconhece os desafios enfrentados por essa população e dedica esforços para garantir sua inclusão.

A iniciativa global “Livres & Iguais”, coordenada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) e com o apoio da ONU Mulheres no Brasil, trabalha para promover a igualdade de direitos e fortalecer a liderança de pessoas trans.

Em sua implementação, o programa Trans-Formação tem sido crucial, já tendo formado mais de 100 defensores de direitos humanos trans desde sua criação em 2017.