O total de crimes praticados contra agências bancárias e caixas eletrônicos vem caindo continuamente no país ao longo dos anos. Em 2022, foram registradas 264 ocorrências, entre assaltos a agências e ataques a caixas eletrônicos, 12% menos que as 303 praticadas em 2021, segundo levantamento feito pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com 17 instituições financeiras que respondem, juntas, por mais de 90% do mercado bancário.
Em 2022, foram registrados 188 ataques a caixas eletrônicos, 29,3% menos que em 2021, quando 266 ocorrências foram registradas. Os ataques incluem incidentes em agências bancárias durante o dia e de madrugada.
A volta do público presencialmente aos bancos no período pós-pandemia, com maior movimentação de numerário no interior das agências, fez com que os assaltos e tentativas de assaltos a agências bancárias, que acontecem durante o expediente bancário, somassem 76 episódios em 2022, contra os 37 verificados em 2021.
Em 2020 e 2021, no período de isolamento social da pandemia da COVID-19, houve diminuição da circulação de pessoas nas agências e, consequentemente, a redução de movimentação de valores em espécie.
Ainda assim, a tendência de queda nos episódios de violência verificada nos últimos anos permanece. Somados, o total de assaltos e tentativas de assaltos a agências e de ataques a caixas eletrônicas em 2022 é 93,3% menor que o verificado em 2013, quando foram registrados 3.990 casos.
O volume de ataques a caixas eletrônicos recua 92,4% desde 2012, quando os crimes começaram a ser acompanhados e contabilizados pelo setor. No caso das tentativas e assaltos a agências, apesar do aumento no ano passado, a queda verificada desde o ano 2000 atinge 96%.
Para Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os números refletem os investimentos do setor em tecnologia, segurança física e capacitação de pessoal.
“As instituições financeiras atuam, principalmente, em duas frentes: investimento relevante no aprimoramento da segurança física, da ordem de R$ 9 bilhões ao ano, e cooperação intensa com as autoridades encarregadas da segurança pública. Além disso, são investidas somas expressivas de recursos em tecnologia para a realização de operações de forma rápida e segura por meio dos canais digitais, reduzindo a necessidade de recurso dentro das agências bancárias ou no manuseio de dinheiro em espécie”, afirma Isaac Sidney.
Também contribuem para a redução dos crimes o melhor uso dos recursos de segurança, o gerenciamento de risco e, principalmente, as ações da polícia na prisão de quadrilhas.
A estreita parceria dos bancos com as polícias (Civil, Militar e Federal) e com o Poder Judiciário, por meio da Comissão de Segurança Bancária da FEBRABAN, da qual participam representantes das principais instituições financeiras do país, tem sido fundamental no combate à criminalidade, a partir do fornecendo informações aos órgãos policiais.
Investimentos em segurança
Tanto as agências quanto os postos de atendimento contam com sistemas de capturas de imagens, câmeras de visão noturna, sistemas de reconhecimento facial e sensores que identificam situações fora do comum que possam indicar a ação de bandidos, como aumento repentino de temperatura na agência ou movimentação dos caixas eletrônicos.
Já os caixas eletrônicos contam com dispositivos de entintamento das notas, em observância ao previsto na Lei n.º 13.654/18. Esses mecanismos, que usam tinta especial colorida para inutilizar cédulas nos casos de ataques a Caixas Eletrônicos (ATMs), estão instalados nos terminais de autoatendimento em operação no país.
Os grandes bancos também possuem centrais que monitoram as agências em tempo real, no esquema 24/7 (24 horas por dia, 7 dias da semana), além de vigilantes profissionais, uma média de três profissionais por agência bancária. No caso de alguma ocorrência, as polícias são acionadas.
Os serviços de segurança são fornecidos por empresas especializadas com autorização de funcionamento expedida pelo Departamento de Polícia Federal, em conformidade com a lei 7.102/83.