O corpo da brasileira Juliana Marins, 26, vai chegar ao Brasil nesta terça-feira (1º), pousando em São Paulo, uma semana após ser retirado de uma encosta da trilha do monte Rinjani, na Indonésia.
Voo da Emirates Airlines partiu de Dubai nesta terça. Depois de chegar a SP, o corpo deve seguir para o Rio de Janeiro, onde a jovem será velada. Ainda não há informações sobre como será feito o translado entre São Paulo e Rio.
Nova perícia será feita para determinar causa da morte. A família pediu à Justiça Federal no domingo que o corpo fosse autopsiado no Brasil e a solicitação foi atendida nesta segunda-feira (30) pela Advocacia-Geral da União.
Necrópsia deve ser feita até seis horas após a aterrissagem, segundo a defensoria pública. A Polícia Federal se prontificou a levar o corpo da brasileira do aeroporto até o Instituto Médico Legal, mas detalhes sobre onde o exame será feito ainda serão definidos em audiência na tarde desta terça-feira.
Traslado foi pago pela prefeitura de Niterói e custou R$ 55 mil. A cidade onde Juliana nasceu homenageou a jovem dando a um mirante e uma trilha na Praia do Sossego o nome dela.
CORPO FOI ACHADO POUCO TEMPO APÓS A MORTE
Juliana morreu entre 50 minutos e 12h50 antes do resgate, segundo a autópsia feita na Indonésia. O corpo dela foi recuperado depois de sete horas de trabalho de socorristas e voluntários. Ele começou a ser retirado por volta das 13h50 do dia 25 [2h do dia 25, no horário de Brasília], sendo içado em uma maca e levado para uma base do parque.
Morte foi confirmada após quatro dias de tentativa de resgate. “Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu”, afirmou a família. Poucas horas antes, o Ministério do Turismo daquele país publicou que ela estava em “estado terminal”, segundo avaliação das equipes de busca.
Vítima ficou ferida até morrer, afirmou médico legista. “De acordo com meus cálculos, a vítima morreu na quarta-feira, 25 de junho, entre 1h e 13h [14h do dia 24 e 2h do dia 25, no horário de Brasília]”, disse Ida Bagus Putu Alit, do hospital Bali Mandar, à BBC News. Isso contradiz a Agência Nacional de Busca e Resgate (Basarnas), que havia dito que ela morreu na noite do dia 24.
Médicos afirmaram que não há “sinais clássicos” de hipotermia. Segundo o legista, a falta de necrose nas extremidades do corpo permite “afirmar com segurança” que a jovem não morreu devido ao frio. A temperatura era próxima de 0 ºC à noite. Juliana usava apenas calça e blusa, sem equipamentos próprios, o que levou muitas pessoas a questionarem se ela sobreviveria às condições climáticas.
Membros superiores, inferiores e costas da brasileira foram áreas mais machucadas. Segundo o legista, além de hemorragia interna, brasileira tinha ferimentos na cabeça, fraturas na coluna vertebral, nas coxas e outras escoriações pelo corpo. Ela morreu por “trauma torácico grave” após cair pela 2ª vez, segundo autópsia.
JULIANA ESCORREGOU E CAIU NA TRILHA DO VULCÃO
Juliana caiu durante a trilha na noite de sexta (20), no horário de Brasília. Ela rolou da montanha e foi parar a cerca de 300 metros abaixo do caminho da trilha, no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok. Com isso, ficou debilitada e não conseguia se movimentar.
Família acompanhou situação por fotos e vídeos enviados por espanhóis à espera do resgate. Mariana diz que tudo se agravou com o aparecimento de forte neblina e umidade, que fez com que Juliana escorregasse ainda mais. A irmã chegou a dizer que seria um ”absurdo se ela morresse por falta de socorro”.
Demora ocorreu por dificuldades na trilha, disse governo local. A Barsanas (Agência Nacional de Resgate da Indonésia) afirmou que a dificuldade de acesso à trilha fez com que as pessoas que avistaram Juliana levassem oito horas até conseguir comunicar o fato às autoridades. Segundo eles, desde o primeiro dia, tentativas de resgate com cordas e macas foram feitas, sem sucesso.