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Conheça Irmã Marluce, a crossfiteira evangélica de 61 anos

Com a nova rotina, Marluce conseguiu abaixar os índices de glicose no sangue e participou de sua primeira competição, instigada pelos colegas e familiares.
Com a nova rotina, Marluce conseguiu abaixar os índices de glicose no sangue e participou de sua primeira competição, instigada pelos colegas e familiares.

LUÍSA MONTE

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “5 Wods, 12 Deadlifts, 100 kg.” Para quem não pratica CrossFit, a sequência de exercícios pode ser desafiadora. Mas para Marluce Santos, de 61 anos, mais conhecida como Irmã Marluce na internet, é moleza. Ela vem fazendo sucesso ao mostrar seus treinos diários nas redes sociais.

Não era assim há 8 anos, quando a dona de casa, mãe e avó dedicada começou a praticar atividades físicas para evitar uma piora na saúde. Evangélica, ela treina de saia e se denomina “irmã” por ser chamada assim na Igreja, onde é incentivada e também incentiva fiéis a aderirem à atividade física.

Moradora de Jaboatão dos Guararapes (município da região metropolitana do Recife), a influenciadora conta com 189 mil seguidores no Instagram e já faz conteúdos de publicidade para marcas de roupa e de suplementos alimentares. Participa de podcasts e entrevistas. Em conversa com o F5, ela contou que não imaginava nada disso, até uma amiga sugerir filmar seus treinos.

Quando começou a praticar exercícios, Marluce tinha 53 anos, pesava mais de 100 kg e estava com pré-diabetes e hipertensão. “Eu comecei a caminhar, caminhava meia hora indo, meia hora voltando e depois de alguns tempos assim, minha filha começou a me convidar para ir para uma academia funcional”, contou ela.

Hoje apaixonada pelo esporte, ela conta que não teve facilidade em aceitar o convite da filha: “Eu tinha vergonha, eu já estava com 53 anos e eu pensava que a academia era só para moças e rapazes sarados”, lembra. Mas, ao longo dos anos, entendeu que não era bem assim.

Irmã Marluce passou pelo treino funcional e se encontrou no CrossFit, sem deixar seu conforto e personalidade de lado, vestindo saias, como é de costume entre algumas denominações evangélicas. “É algo que me deixa confortável e não expõe o meu corpo, por eu ser evangélica”, explica.

“Eu não sou tão novinha assim para estar com shortinho bem curtinho, com legging bem colada, entendeu? Então eu comecei a usar minha saia, o que já era moda entre os evangélicos”, continua. “Agora ela está tendo mais evidência por causa de mim”, arremata, orgulhosa.

A rotina dela, no entanto, não se resume aos treinos: Marluce contou que vive num “corre-corre bastante grande”, já que toma conta de uma neta de 4 anos pela manhã. À tarde, divide o tempo entre a igreja, onde é líder de um grupo de idosos, e os treinos no box (como é chamado o centro de treinamento de CrossFit).

As redes sociais ficam a cargo de seu filho, que foi também quem escolheu o nome “bem evangélico” para a página da mãe. “Eu amo esse título, entendeu? É algo que faz parte de mim, da minha pessoa. Eu sou realmente Irmã Marluce aqui, no geral, no meu dia a dia. Irmã para lá, irmã para cá”, conta ela.

Segundo ela, os irmãos da Igreja também a incentivam. “O povo sempre, sempre, sempre me apoiou”, afirma a influenciadora. “Eles viram a Marluce de oito anos atrás e estão vendo hoje. O quanto eu mudei fisicamente, falando, na saúde, na disposição. Elas ficam: ‘Eu vou também, vou seguir a Marluce’.”

Com a nova rotina, Marluce conseguiu abaixar os índices de glicose no sangue e participou de sua primeira competição, instigada pelos colegas e familiares. “O único objetivo de frequentar um box de CrossFit era a minha saúde. Todo o resto veio de bônus”, comemora.