MÓVEL DA DISCÓRDIA

Conheça detalhes da cadeira usada por Datena contra Marçal

Móvel pesa, aproximadamente, 5,5 kg e suporta até 120 kg.

Tudo devido aos recentes episódios de violência, como a cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB) na TV Cultura e o soco do assessor de Marçal no marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB) no Flow. Foto: Reprodução
Tudo devido aos recentes episódios de violência, como a cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB) na TV Cultura e o soco do assessor de Marçal no marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB) no Flow. Foto: Reprodução

O móvel arremessado pelo candidato José Luiz Datena (PSDB) no adversário Pablo Marçal (PRTB), em cena que viralizou como uma “cadeirada”, é, na verdade, uma banqueta.
Ela pesa, aproximadamente, 5,5 kg e suporta até 120 kg. No site da Mobly, é vendida como conjunto de duas peças, que totalizam 11 kg e custam R$ 787,17 no Pix -R$ 393,59 cada uma.
Os pés do móvel, que atingiram o autodenominado ex-coach, têm um metro de altura e são feitos de aço carbono, descrito pela empresa de comércio eletrônico como material que garante “durabilidade e segurança ideais”.
O item, da marca Keva, é parte do mobiliário da TV Cultura e foi arremessado por Datena contra Marçal, provocando no candidato do PRTB traumatismo no tórax e no punho “sem maiores complicações associadas”, de acordo com nota do Hospital Sírio-Libanês.
Já na descrição do site de comércio eletrônico, o produto é indicado para “noites gostosas de pizza”, para que os usuários possam aproveitam “momentos de muitas risadas e descontração ao lado de quem importa”.
Após o incidente, a banqueta virou meme, e usuários criaram uma conta no Instagram em sua homenagem. Em alguns posts, a @cadeira_sp comenta que repudia ser usada para “atos ilícitos”. Nos stories, a conta diz que a cadeira é a próxima prefeita de São Paulo e responde aos seguidores com o “faz o C”, em ironia ao “faz o M”, do ex-coach.
O móvel não foi danificado com a agressão.
Em nota na manhã desta segunda-feira, Datena negou remorso pelo gesto.
“Errei, mas de forma alguma me arrependo”, declarou. “Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas as circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário.”
A afirmação destoa de sua postura no domingo, logo após o episódio, quando ele disse que não deveria ter agido daquela forma. “Infelizmente, eu perdi a cabeça. Não devia ter perdido? Acredito que não, poderia ter simplesmente saído e ido embora para casa, teria sido melhor.”
Ele já havia dado declarações contraditórias antes do debate sobre a possibilidade de agredir Marçal. Ao comentar o fato de ter chorado em sabatina Folha/UOL, disse “eu choro, sorrio, se precisar dar porrada, dou porrada”.
Mas também afirmou preferir sua versão mais “light e humana” e prometeu não reagir a provocações de Marçal durante o debate. “Você acha que vou bater nele ou apanhar? Isso aqui não é briga. Minha resposta vai ser o silêncio”.
A equipe de Marçal registrou um boletim de ocorrência na noite do domingo, em que alega que o candidato foi vítima de agressão e injúria. Nesta segunda, ele teve alta do hospital e disse que vai pedir que a Justiça indefira a candidatura do jornalista.


Entenda o caso
A agressão a Marçal ocorreu após o influenciador resgatar uma denúncia de assédio sexual contra Datena. O jornalista respondeu que o caso não foi confirmado pela polícia e acabou sendo arquivado pela Justiça. Disse ainda que o fato atingiu sua família e levou à morte de sua sogra.
“Senhoras e senhores, nós vamos às manchetes dos debates pela pior cena já vista em debates. Peço que se comportem para terminarmos bem o debate”, disse o mediador Leão Serva após a confusão, afirmando que a agressão foi um dos “eventos mais absurdos da história da TV brasileira”. Os concorrentes lamentaram.
Datena foi denunciado em 2019 pela jornalista Bruna Drews, então repórter do programa Brasil Urgente. Segundo ela, o apresentador fazia comentários sobre seu corpo, em tom sexual.
O Ministério Público, porém, arquivou o caso em razão da prescrição -na época, a denúncia deveria ter sido feita dentro de seis meses.
Após a repercussão do caso, Bruna se retratou e protocolou uma declaração em cartório em que afirma ter mentido. Dias depois, afirmou nas redes ter sido induzida a se retratar.