ALERTA

Com reservatórios em alerta, ONS volta a pedir horário de verão

Segundo o ONS, o horário de verão faz parte de um conjunto de medidas para mitigar possíveis déficits (falta) de energia no momento de maior consumo de eletricidade.

O Ministério de Minas e Energia avalia retomar o horário de verão como forma de tentar evitar um racionamento de energia, que está no horizonte em razão da seca extrema que atinge o país.
O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) recomendou nesta quinta-feira (19) a volta do horário de verão no país

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recomendou, na última reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), a adoção do horário de verão no fim deste ano. A medida – quando os relógios são adiantados em uma hora, geralmente entre outubro e fevereiro – está suspensa desde 2019.

Segundo o ONS, o horário de verão faz parte de um conjunto de medidas para mitigar possíveis déficits (falta) de energia no momento de maior consumo de eletricidade no período seco – entre março e abril, podendo se estender até novembro -, quando o baixo volume de chuvas afeta o nível dos reservatórios. Em 2024, o ONS recomendou a volta do horário de verão, mas a decisão foi vetada pelo governo.

Em nota, o ONS destacou que a adoção de novo horário “é decisão política do governo”. Porém, lembrou que, a depender das projeções para os próximos meses, a adoção do horário de verão pode, eventualmente, ser recomendada ao CMSE como imprescindível.

Medidas Adicionais Sugeridas pelo ONS

O ONS sugeriu medidas adicionais, como a antecipação da entrada em operação de térmicas contratadas no leilão de reserva de capacidade de 2021, previstas para começar em 2026. A expectativa é que a ação possa suprir a demanda com 2 GW a partir de agosto. Há outras ações sugeridas, como a preservação dos recursos hídricos para atravessar o período seco e a necessidade de conclusão de quatro linhas de transmissão com previsão de entrega em 2025.

Márcio Rea, diretor-geral do ONS, diz que é preciso cada vez mais flexibilidade no sistema, com fontes como hidrelétricas e térmicas. Ele cita a necessidade de preparar o sistema para elevados montantes de despacho termelétrico no segundo semestre, principalmente a partir de outubro:

– Precisamos de fontes controláveis, que atendam de forma rápida para termos equilíbrio entre oferta e demanda de energia, especialmente nos horários em que temos as rampas de carga. Isso é fundamental para garantir a segurança e a estabilidade do sistema.