UOL/Folhapress
Enquanto a Polícia Federal quebra as senhas dos quatro celulares de Frederick Wassef, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid vai admitir que vendeu um relógio Rolex por ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O QUE ACONTECEU:
O advogado de Cid, Cezar Bitencourt, afirmou nesta segunda-feira (21) que ele fará uma confissão à PF sobre o caso de desvio e venda ilegal de joias da Presidência. A informação é da CNN. Cid vai admitir que recebeu ordens de Bolsonaro para vender um Rolex avaliado em cerca de R$ 300 mil nos Estados Unidos.
Segundo o advogado, Cid ouviu de Bolsonaro a seguinte frase: “Resolve isso aí”.
“É uma confissão. [Cid] vai admitir. As provas estão aí, ele vai admitir. Mas isso é início de conversa. Nem falei com o delegado que está com a investigação”, afirmou o advogado. “[Cid] efetuou a venda do relógio nos EUA, daí ia trazer para cá o resultado. Ele era assessor do chefe. Fez isso e procurou entregar para quem o determinou que fosse feito a venda.”
A defesa de Cid tenta marcar uma audiência com o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, para negociar um novo depoimento. Desde que assumiu a defesa na última quarta (16), o advogado Cezar Bittencourt deu declarações confusas e divergentes sobre os próximos passos de Mauro Cid no caso das joias.
Em entrevista à GloboNews, o advogado declarou que Cid era um assessor que cumpria ordens do chefe. “Ordem ilegal, militar cumpre também”.
Na quinta (17), Bitencourt afirmou que Cid iria confessar que participou da venda das joias a mando de Bolsonaro. A declaração foi dada à revista Veja.
Um dia depois, o advogado deu nova versão ao jornal o Estado de S. Paulo. “Não, não tem nada a ver com joias! Isso foi erro da Vejs (sic) não se falou em joias!”, escreveu em mensagem.
À GloboNews, mais tarde, ele disse que o caso não se trata de joias, mas de somente uma: um relógio da marca Rolex. E que não se trataria de uma confissão, mas “esclarecimentos” a serem feitos aos investigadores.
Em nova entrevista ao Estadão, publicada neste domingo (20), o advogado disse que dará “20, 30 versões” e que “pode dizer o que quiser”.
PF QUEBRA SENHAS
A Polícia Federal conseguiu quebrar as senhas dos quatro celulares de Frederick Wassef, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foram apreendidos pela corporação na última quarta-feira (16), em São Paulo. A informação foi divulgada pela GloboNews e confirmada pelo UOL.
Wassef entregou os aparelhos sem fornecer as senhas. O advogado foi alvo de mandados de busca e apreensão quando estava na churrascaria Barbacoa, no Morumbi.