
O União Brasil abriu dois processos disciplinares contra o ministro do Turismo, Celso Sabino, que corre o risco de expulsão por infidelidade partidária. O partido rompeu oficialmente com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas Sabino tem resistido à pressão para deixar o cargo. Os dois pedidos de punição já foram distribuídos a relatores: o deputado Fabio Schiochet (SC) e a senadora Dorinha Seabra (TO).
Inicialmente, a cúpula do União havia dado até 2 de outubro para que Sabino deixasse o Ministério do Turismo, mas o prazo foi antecipado para 18 de setembro, em meio ao agravamento da crise entre o partido e o Palácio do Planalto. Mesmo assim, o ministro tentou ganhar tempo, mobilizando aliados dentro da legenda.
Fontes próximas a Sabino afirmam que ele conta com apoio de uma ala minoritária do União Brasil e avalia rever o pedido de demissão, mantendo-se no cargo com aval do presidente Lula. Durante a visita que o presidente Lula fez ao Pará – na quinta, 2 e na sexta, 3 – o ministro acompanhou toda a agenda do presidente.
Celso Sabino deixou claro seu alinhamento: “Um partido jamais vai nos separar”, declarou, ao lado de Lula e do governador Helder Barbalho (MDB-PA), em Belém. Ele começou seu discurso afirmando que Lula é o melhor presidente da história do Brasil. “O seu governo é responsável pelo recorde de faturamento e pelo maior número de empresas criadas na atividade turística no Brasil”, declarou, ao lado do presidente.“Nada, nem partido político, nem cargo ou ambição pessoal, vai me afastar desse povo que eu amo. Conte comigo para segurar na sua mão, presidente“, declarou o ministro.
A direção nacional do União ainda discute se uma eventual expulsão por infidelidade poderia levar à perda do mandato de deputado federal de Sabino, atualmente licenciado para chefiar o Turismo. Mesmo que mantenha o mandato, a medida pode complicar seus planos futuros.
Presidente estadual do União Brasil no Pará, Sabino tem base política sólida no estado e aposta no apoio de Lula e de Helder Barbalho para viabilizar sua candidatura. Caso seja expulso, precisará buscar uma nova legenda que lhe garanta espaço na corrida eleitoral.