
O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil) está neste momento reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, em Brasília, para definir o futuro do comando da pasta. O encontro ocorre em meio a uma crise política desencadeada pela decisão da direção nacional do União Brasil, que determinou que todos os filiados do partido que ocupam cargos no governo federal deixem seus postos até hoje.
A medida foi anunciada na quinta, 18, e funciona como um ultimato: quem não se desligar poderá sofrer sanções internas, inclusive expulsão por infidelidade partidária.
Celso Sabino é o único ministro do União Brasil na Esplanada e se vê em uma situação delicada. Segundo interlocutores próximos, ele já teria sinalizado a Lula que pretende deixar o cargo, mas tenta adiar o anúncio oficial.
O ministro argumenta que sua permanência poderia ser estratégica, principalmente diante da proximidade da COP30, que será realizada em 2025 em Belém, no Pará — estado que ele representa politicamente e que terá grande visibilidade internacional durante o evento.
A decisão do União Brasil ocorre num contexto de tensão crescente. O presidente nacional do partido, Antônio Rueda, teve seu nome citado em uma investigação da Polícia Federal sobre o envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) em movimentações financeiras e transporte aéreo de pessoas ligadas ao grupo criminoso.
Rueda nega qualquer irregularidade e colocou seus sigilos bancário e fiscal à disposição para as autoridades, mas a legenda acusa setores do governo de expô-lo politicamente, o que teria acelerado a ordem para a saída dos filiados.
O Palácio do Planalto acompanha o impasse com atenção. Caso Sabino deixe o ministério, Lula terá de escolher um novo nome para a pasta do Turismo, buscando manter a articulação política com o Congresso e evitar o enfraquecimento de sua base de apoio.
Nos bastidores, há quem defenda alternativas como uma licença temporária ou até mesmo a mudança partidária do ministro, para permitir que ele permaneça no governo sem confrontar a decisão do União Brasil.