
A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feira (12/9), Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como um dos principais operadores do esquema de fraudes envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Também foi preso o empresário Maurício Camisotti, suspeito de integrar o mesmo esquema fraudulento. As prisões fazem parte da nova fase da Operação Sem Desconto, denominada Operação Cambota, que investiga um esquema nacional de descontos associativos não autorizados aplicados a beneficiários do INSS.
Ao todo, estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão, autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos estados de São Paulo e no Distrito Federal.
Segundo a Polícia Federal, os crimes investigados incluem obstrução de investigação de organização criminosa, ocultação e dilapidação de patrimônio, além de tentativas de atrapalhar o andamento das investigações por parte de alguns suspeitos.
De acordo com a PF, as empresas controladas por Antonio Carlos Antunes atuavam como intermediárias entre sindicatos e associações, recebendo valores descontados irregularmente dos benefícios de aposentados e pensionistas. Parte desses recursos era repassada a servidores do INSS, seus familiares ou empresas a eles ligadas.
A corporação informou que pessoas físicas e jurídicas associadas ao “Careca do INSS” movimentaram cerca de R$ 53,5 milhões diretamente oriundos de entidades associativas ou por meio de suas empresas. Apesar de se declarar gerente, com uma renda mensal de R$ 24.458,23 e patrimônio estimado entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões, os valores movimentados por Antonio Carlos levantaram suspeitas.
Entre 22 de abril e 16 de julho de 2024 — em menos de três meses — ele teria acumulado patrimônio imobilizado no valor de R$ 14,375 milhões, cifra bastante superior à sua renda declarada, segundo relatório da PF.