O câncer de cabeça e pescoço tem se tornado uma ameaça crescente à saúde pública no Brasil, especialmente entre os jovens. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que cerca de 80% dos casos são diagnosticados em estágios avançados, o que dificulta o Tratamento e reduz as chances de cura. Em 2025, a estimativa é que mais de 61 mil brasileiros sejam afetados pela doença — número que pode subir para 30 mil mortes anuais até 2050, segundo o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP).
Apesar de ser o terceiro tipo de câncer mais comum no país, o tema ainda é pouco discutido. Entre os principais fatores de risco estão o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e o sexo oral sem preservativo, prática que tem contribuído para o aumento de casos ligados à infecção pelo HPV, especialmente entre os mais jovens.
Diagnóstico Precoce e a Importância da Atenção aos Sintomas
A cirurgiã Ana Gabriela Neis, do Hospital São Marcelino Champagnat, reforça que o câncer tem altas chances de cura quando diagnosticado precocemente — cerca de 90%. Ela alerta que os sintomas costumam ser sutis e facilmente ignorados, como feridas que não cicatrizam, aftas persistentes, nódulos no pescoço, rouquidão prolongada e alterações na fala.
A médica também chama atenção para a importância da vacinação contra o HPV, disponível gratuitamente no SUS para crianças a partir de 9 anos, como forma de prevenção.
Tratamento e Qualidade de Vida
O Tratamento varia conforme a localização e o estágio do tumor, podendo envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Quando a doença é descoberta no início e restrita a um único órgão, a taxa de sobrevida em cinco anos ultrapassa 85%. No entanto, esse índice cai drasticamente em casos de metástase.
Além da maior eficácia do tratamento, o diagnóstico precoce também preserva a qualidade de vida do paciente. “Nos estágios avançados, as terapias são mais agressivas e podem deixar sequelas permanentes, como a perda da fala”, destaca a especialista. Ela reforça a importância de prestar atenção aos sinais, buscar ajuda médica ao primeiro sintoma e incentivar o diálogo sobre o tema.