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Câmara aprova proposta de Lira que prevê suspender deputados por briga

Medida visa conter as constantes brigas entre parlamentares

FOTO: Lula Marques/Agência Brasil
Medida visa conter as constantes brigas entre parlamentares FOTO: Lula Marques/Agência Brasil

Victoria Azevedo/Folhapress

 

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (12) uma proposta de resolução que altera o Regimento Interno da Casa e permite a suspensão cautelar do mandato parlamentar de deputado por até seis meses que for alvo de representação por quebra de decoro.

Foram 400 votos favoráveis e 29 contrários, além de uma abstenção. Imediatamente após a votação, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) promulgou a medida. O texto aprovado sofreu mudanças e foi desidratado pelo relator, deputado Domingo Neto (PSD-CE), após reação negativa dos parlamentares ao seu conteúdo. Além da resistência de aprovar um texto que altera o Regimento Interno da Câmara, a proposta trata das chamadas “prerrogativas dos parlamentares” -bandeira defendida pelos deputados.

A matéria foi apresentada por Lira aos líderes da Casa em reunião semanal na terça-feira (11), como uma resposta aos tumultos entre parlamentares na semana passada.

Na quarta (5), houve embate físico ao final da sessão do Conselho de Ética que livrou André Janones (Avante-MG) da suspeita de “rachadinha”. No mesmo dia, a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), 89, passou mal e teve que ser internada após discussão sobre um projeto de lei na Comissão de Direitos Humanos da Casa.

Inicialmente, a proposta previa que caberia à Mesa Diretora (formada por sete deputados) determinar a suspensão cautelar do mandato parlamentar, o que foi alvo de crítica. Sob reserva, deputados diziam que isso concederia poder excessivo a Lira. O presidente da Casa rebateu as queixas dizendo que ele não tomaria decisões sozinho e que “não haverá nenhum tipo de perseguição”.

Diante da possibilidade de o texto ser derrotado, os deputados votaram somente o requerimento de urgência da proposta na terça, deixando o mérito para ser analisado nesta quarta. Após nova reunião entre líderes e Lira pela manhã, ficou acertado mudanças ao texto.

Ao final da reunião, Domingos Neto, que chefia a Corregedoria Parlamentar da Câmara, afirmou que todos os partidos –da direita à esquerda– concordaram que algo precisava ser feito imediatamente para coibir esse tipo de comportamento.