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“Brasileiro fujão” é pego pela polícia dos EUA

Danilo Cavalcante conseguiu escapar das autoridades durante 14 dias

FOTO: Pennsylvania State Police
Danilo Cavalcante conseguiu escapar das autoridades durante 14 dias FOTO: Pennsylvania State Police

Fernanda Perrin/Folhapress

 

O brasileiro Danilo Cavalcante, 34, foi capturado pela polícia da Pensilvânia, nos Estados Unidos, ontem. Condenado a prisão perpétua pelo assassinato da ex-namorada, ele havia fugido da prisão no dia 31 de agosto. De acordo com o tenente-coronel George Bivens, da Polícia Estadual da Pensilvânia, no começo da madrugada desta quarta uma aeronave equipada com sensores térmicos captou um sinal de calor em uma área de vegetação e conseguiu rastreá-lo durante um tempo, mas foi atrapalhada por uma tempestade e teve que sair da área.

A região foi então cercada por equipes táticas em terra, que delimitaram o perímetro durante as chuvas até que a aeronave pudesse voltar. Pela manhã, ela captou novamente o sinal de calor.

Por volta de 25 agentes encontraram o fugitivo em uma área de vegetação densa. “Cavalcante não percebeu que estava cercado até que isso aconteceu. Isso não o impediu de tentar escapar”, disse Bivens.

Ao perceber a presença dos policiais, ele tentou fugir rastejando com um fuzil. Cachorros foram soltos, e o brasileiro tentou resistir e sofreu uma mordida na cabeça. Em seguida, Cavalcante foi capturado. Um médico examinou a mordida no momento, disse Bivens.

Não houve disparos. A ação durou cerca de cinco minutos. “Foi muito melhor termos soltado um cão de patrulha como esse e dominar o indivíduo, do que ter que usar força letal. Portanto, nossa preferência é sempre usar outros meios. Os cães desempenham um papel muito importante”, disse Bivens. Ele não confirmou a raça do cão, mas disse acreditar ser um pastor-alemão ou um pastor-belga-malinois.

Na TV, canais mostram imagens de Cavalcante sob custódia. Algemado, o brasileiro usa calças escuras e uma blusa do time de futebol americano Philadelphia Eagles, calçados pretos e tem os cabelos molhados. É possível ver dezenas de agentes, junto a cães farejadores, tirando uma foto com o criminoso ao centro.

“Sei que houve uma foto. Esses homens e mulheres trabalham muito. Eles estão orgulhosos do seu trabalho. Não tenho um problema com o fato de terem tirado uma foto”, disse Bivens.

Em seguida, a blusa usada por ele foi cortada, conforme ele era colocado em uma van policial para ser transportado. Cavalcante passaria por um exame médico antes de ser levado para uma prisão estadual. Ele não vai voltar para a prisão de Chester, de onde fugiu.

Segundo autoridades, o brasileiro não fala bem inglês, e por isso um intérprete deve auxiliar no interrogatório do brasileiro. A Promotoria vai avaliar se Cavalcante será indiciado por fugir.

A caçada durou 14 dias. Cavalcante conseguiu nesse período escapar das autoridades diversas vezes, furtar uma van, entrar em contato com duas pessoas para pedir ajuda e roubar uma arma.

Segundo a polícia, algumas pessoas teriam tentado ajudar o brasileiro. Ele confirmou apenas que a irmã do fugitivo foi uma dessas pessoas. Ela foi presa na semana passada e está em processo de deportação por estar ilegalmente no país.

A busca pelo fugitivo causou grande repercussão. A comunidade, uma área rica e tranquila na região nordeste americana, vinha fazendo duras críticas aos responsáveis pela operação.

Muitos também relatavam medo -Cavalcante é descrito pela polícia como extremamente perigoso. Escolas foram fechadas e vias, bloqueadas durante a operação para capturá-lo. Alguns civis tentaram se envolver na operação por conta própria.

Segundo Bivens, o brasileiro costumava se mover apenas no início da noite. Durante o dia, ele preferia ficar parado e se movia apenas se fosse forçado pela aproximação dos policiais.

Nesta quarta, após a captura do brasileiro, o governador do estado, o democrata Josh Shapiro, participou da coletiva de imprensa. Ele parabenizou o trabalho dos agentes policiais.

Uma semana antes da fuga, ele havia sido condenado à prisão perpétua por matar a maranhense Deborah Evangelista Brandão, com 38 facadas na frente dos filhos, que tinham quatro e sete anos na época. O crime aconteceu em abril de 2021.

A promotora do condado de Chester, Deb Ryan, afirmou que a família da vítima está aliviada. A irmã de Deborah mora na região com os sobrinhos.

“Uma das primeiras ligações que fizemos ao saber sobre essa captura foi para a família Brandau [sic], que, como você pode imaginar, estava vivendo em completo caos. Vivendo em um verdadeiro pesadelo”, disse Ryan. “O pesadelo acabou e os mocinhos venceram. Nossa comunidade pode finalmente voltar à normalidade e respirar aliviada”, disse a promotora.