
O Brasil registrou, em 2023, a menor taxa de famílias sem imóvel próprio de sua história. O chamado déficit habitacional relativo caiu de 10,2% em 2009, ano de criação do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), para 7,6% no ano passado, quando a política habitacional foi retomada pelo governo federal.
Os dados fazem parte de um levantamento da Fundação João Pinheiro (FJP), encomendado pelo Ministério das Cidades.
Durante entrevista ao programa Voz do Brasil, nesta segunda, 22, o ministro das Cidades, Jader Filho, destacou os avanços do programa e afirmou que o governo Lula deverá antecipar em um ano a meta inicial de contratar 2 milhões de novas unidades habitacionais.
“Já foram mais de oito milhões de moradias entregues desde a criação do programa. Só em 2023, contratamos 491 mil novas unidades. Em 2024, superamos esse número, chegando a 605 mil”, informou o ministro.
Ele lembrou que a meta estabelecida pelo presidente Lula de atingir 2 milhões de contratos em quatro anos, já será alcançada no final deste ano. “E queremos ir além: superar em 50% essa meta, chegando a mais de 3 milhões de unidades contratadas até o final de 2026”, afirmou o ministro.
Além disso, o ministro destacou que o Minha Casa Minha Vida teve forte impacto na redução do déficit habitacional, tornando-se peça-chave no mercado imobiliário brasileiro. Em 2023, o programa foi responsável por 53% de todos os lançamentos habitacionais do país.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, o MCMV responde por 60% de todos os financiamentos imobiliários, segundo levantamento divulgado pela imprensa.
O programa atende famílias de diferentes faixas de renda. As mudanças recentes ampliaram o alcance para famílias da classe média, com financiamento de imóveis de até R$ 500 mil e juros de 10,5% ao ano, além de seguir contemplando famílias de baixa renda, como indígenas, quilombolas, pescadores e moradores da zona rural.
O programa ganhou novos braços para atender diferentes situações
Minha Casa Minha Vida Rural: voltado para famílias em áreas rurais, extrativistas, indígenas, quilombolas e pescadores. E ainda a modalidade Compra Assistida,utilizado em casos emergenciais, como a tragédia climática no Rio Grande do Sul, que deixou milhares de pessoas desabrigadas. Já foram entregues 6.500 moradias às famílias afetadas, e o modelo será expandido para outras localidades, como a Favela do Moinho, em São Paulo.
Jader Filho anunciou ainda que o presidente Lula deve lançar, nas próximas semanas, um novo programa voltado para reformas e melhorias habitacionais. A ideia é permitir que famílias que já têm casa própria possam financiar obras como construção de banheiros, reforma de telhados e ampliação de cômodos, de forma acessível.
“É uma demanda antiga. Muitas famílias já têm moradia, mas precisam de apoio para melhorar suas casas e garantir mais conforto e qualidade de vida”, explicou o ministro.
Com a expansão do Minha Casa Minha Vida e a criação de novos instrumentos habitacionais, o governo espera reduzir ainda mais o déficit habitacional brasileiro, oferecendo moradias dignas e planejadas para milhões de famílias, além de fortalecer o setor da economia.