
Um terremoto de magnitude 8,8 atingiu nesta terça-feira (29) a península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), trata-se de um dos mais fortes já registrados na história recente — o mais potente desde 2011.
Como consequência, o Japão emitiu um alerta de evacuação por risco de tsunami, prevendo ondas de até três metros de altura. A recomendação de saída imediata foi direcionada aos moradores de áreas costeiras que vão desde a ilha de Hokkaido, no norte, até a prefeitura de Wakayama, no sul do país.
A tensão se espalhou por toda a região do Pacífico, conhecida por intensa atividade sísmica. Em dezembro de 2024, um forte terremoto já havia atingido Vanuatu, no Pacífico Sul, destruindo prédios — inclusive um que abrigava embaixadas — e deixando pelo menos seis mortos, de acordo com a ONU.
Por que alguns lugares são mais vulneráveis a terremotos e tsunamis?
De acordo com o sismólogo Diogo Coelho, do Observatório Nacional, os tsunamis geralmente são causados por grandes terremotos com deslocamentos verticais no fundo do mar. Esses movimentos geram ondas que ganham força à medida que se aproximam da costa, podendo causar destruição em larga escala.
Além dos terremotos, outras causas possíveis incluem erupções vulcânicas e deslizamentos submarinos. No entanto, os maiores riscos estão associados às chamadas zonas de subducção — locais onde uma placa tectônica mergulha sob outra.
Regiões com maior risco de tsunami
Coelho explica que o Círculo de Fogo do Pacífico é a área mais vulnerável do planeta, reunindo uma grande quantidade de falhas geológicas. Os principais pontos de risco incluem:
- Japão, Indonésia, Filipinas e arquipélagos do Pacífico, como Vanuatu — todos localizados sobre zonas de subducção;
- Costa oeste da América do Sul, especialmente Chile e Peru, devido ao encontro entre as placas de Nazca e Sul-Americana.
O episódio mais trágico recente ocorreu em 2011, quando um terremoto de magnitude 9 seguido por tsunami devastou a costa leste da ilha de Honshu, no Japão. Foram registradas mais de 16 mil mortes, milhares de desaparecidos e um prejuízo estimado em US$ 309 bilhões.
E o Brasil? Há risco de tsunami?
Segundo Coelho, o Brasil tem risco extremamente baixo de sofrer tsunamis. Isso porque o país está longe de zonas de subducção e não possui grandes falhas geológicas ativas no fundo do Atlântico Sul.
O único registro histórico aconteceu em 1755, quando o terremoto que destruiu Lisboa provocou ondas que chegaram, com pouca intensidade, à costa norte brasileira.
“O Atlântico não apresenta as características geológicas necessárias para a formação de tsunamis de grande escala. No entanto, eventos raros, como deslizamentos submarinos, ainda podem gerar ondas menores e localizadas”, explica o especialista.
Com informações do Portal Terra