MARIANNA HOLANDA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Brasil anunciou, nesta sexta-feira (1º), os oitos países convidados para participar da cúpula do G20 no próximo ano, em que presidirá o grupo.
Integram a lista Angola, Egito, Emirados Árabes Unidos, Nigéria, Noruega, Portugal e Singapura, além da Espanha, que é convidada permanente. Os países poderão participar das reuniões temáticas que acontecerão ao longo do ano em cidades brasileiras.
O Brasil assumiu nesta sexta, pela primeira vez, a presidência temporária do grupo que reúne os países com as maiores economias do mundo mais a União Europeia e a União Africana. Com mandato de um ano, o governo brasileiro deve propor reformas das instituições internacionais.
O governo do presidente Lula (PT) organizará mais de uma centena de reuniões de grupos de trabalho, incluindo mais de 20 encontros ministeriais, nos formatos presencial e virtual.
O principal será a 19ª Cúpula de chefes de Estado, em novembro do ano que vem, que será realizada no Rio de Janeiro.
Os eventos ocorrerão em cerca de 15 cidades em todo o território nacional. O último será a Cúpula dos Líderes, que será no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de novembro de 2024.
O G20 presidido pelo governo Lula terá como missão discutir importantes bandeiras do mandatário: a reforma das instituições internacionais, o fim das desigualdades e a transição energética.
Para isso, lança a força tarefa por uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, a Força Tarefa para a Mobilização Global contra a Mudança do Clima e a Iniciativa para Bioeconomia.
“Não é possível que as instituições de Bretton Woods, Banco Mundial, FMI [Fundo Monetário Internacional], e tantas outras instituições financeiras continuem funcionando como se nada tivesse acontecendo no mundo, como se tivesse tudo resolvido”, disse Lula, durante discurso da instalação da Comissão Nacional do G20, no final de novembro.
“Muitas vezes instituições emprestam dinheiro, não com o objetivo de salvar o país que está tomando o dinheiro emprestado, mas para pagar dívida, e não para produzir um ativo produtivo, em uma demonstração que não há contribuição para salvar a vida dos países”, acrescentou o presidente.
“Estamos vendo o que aconteceu na Argentina, estamos vendo o continente africano com US$ 800 bi [R$ 3,9 trilhões] de dívida e que, se não houver uma rediscussão de como fazer financiamento para países pobres, a gente não vai ter solução. Os ricos vão continuar ricos e os pobres vão continuar pobres”, completou.