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Bolsonaro pode ser preso? Veja o que acontece após resultado do julgamento no STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro ( PL ) e sete aliados réus por uma suposta tentativa de golpe que teria ocorrido em 2022.

O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro ( PL ) e sete aliados réus por uma suposta tentativa de golpe que teria ocorrido em 2022,
O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro ( PL ) e sete aliados réus por uma suposta tentativa de golpe que teria ocorrido em 2022,

O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro ( PL ) e sete aliados réus por uma suposta tentativa de golpe que teria ocorrido em 2022, após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. Os cinco ministros da Primeira Turma votaram para receber a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Com o recebimento da denúncia , terá início a ação penal . Nesse momento, a defesa do acusado pode apresentar uma contestação e apontar nulidades. A produção de provas é iniciada e partes, peritos e testemunhas são ouvidos.

Após a Justiça aceitar as provas, defesa e acusação se manifestam mais uma vez, na alegação final. O Ministério Público apresenta seu parecer sobre o caso (documento no qual analisa os fatos, provas e legislações pertinentes), fornecendo elementos para a orientação do juiz ou ministro, que pode concordar na íntegra, em partes ou não seguir.

Prisão depende de análise da ação penal

Somente após a análise da ação penal e a imposição pela Primeira Turma de uma condenação é que o ex-presidente poderá ser preso . Isso vai depender da pena que será aplicada pelo STF e também dos recursos aos quais a defesa de Bolsonaro lançará mão.

Bolsonaro já está inelegível até 2030 por ter promovido ataques às urnas eletrônicas . A sanção é decorrente de condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2023, por abuso de poder.

Na denúncia contra Bolsonaro, a PGR pede a condenação por cinco crimes : tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.

Caso a acusação seja aceita pelo STF e resulte em condenação, as penas somadas chegariam a 43 anos de prisão ? mas a execução da pena só ocorre quando todos os recursos se esgotarem.

Além de Bolsonaro, a PGR denunciou outras 34 pessoas por atos contra o Estado Democrático de Direito pelos mesmos crimes. A Procuradoria baseou-se nas investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF), que indicam a participação do ex-presidente, além de quatro ex-ministros do governo passado, militares e assessores, em uma trama para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022.

Bolsonaro já havia sido indiciado pela PF em novembro de 2024. De acordo com a investigação, foi identificada uma “organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente da República no poder.”

Segundo o inquérito, Bolsonaro ordenou que oficiais das Forças Armadas, ministros de seu governo e assessores participassem de reuniões em que planos de golpe de Estado foram discutidos. A ofensiva não se concretizou porque não teve o aval dos então comandantes do Exército e da Aeronáutica, o general Marco Antônio Freire Gomes e o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, respectivamente. Ambos implicaram o ex-presidente na trama golpista em depoimentos à Polícia Federal.

Um dos principais elementos do inquérito foi uma reunião no Palácio da Alvorada em 7 de dezembro de 2022, na reta final do governo Bolsonaro, em que Freire Gomes, o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos; e o então assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, participaram. Na ocasião, Martins teria lido a minuta golpista, e Garnier se colocado à disposição do então presidente para executar o golpe. Freire Gomes e Baptista Júnior teriam se recusado a apoiar qualquer ruptura da ordem democrática.

O advogado Celso Vilardi, que representa Jair Bolsonaro, afirmou ao apresentar a defesa na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) está baseada apenas na delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e que a denúncia não aponta provas da conexão com os atos de 8 de janeiro.

O defensor negou a participação do ex-mandatário em qualquer tentativa de ruptura e contestou os pontos da acusação da PGR.

– O (ex) presidente Bolsonaro é o presidente mais investigado da história do país. Não se achou absolutamente nada – disse Vilardi.

Argumentos da defesa

  • Acusação baseada apenas na delação de Cid, que deveria ser anulada
  • Não houve “grave ameaça” em pronunciamentos de Bolsonaro citados na acusação
  • Não há conexão com os atos de 8 de janeiro
  • Julgamento deveria ocorrer no plenário do STF, e não na Primeira Turma

Texto de: Daniel Gullino e Mariana Muniz (AG)