
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceu publicamente nesta segunda-feira (21), pela primeira vez, com a tornozeleira eletrônica determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O equipamento, preso à perna esquerda, foi colocado na última sexta-feira (18), no âmbito das investigações da Polícia Federal sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Ao deixar uma reunião com aliados no gabinete da liderança do PL, na Câmara dos Deputados, Bolsonaro declarou que vê a medida como símbolo de perseguição política. “Não roubei cofres públicos, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso é o símbolo da máxima humilhação do nosso país. Uma pessoa inocente. (…) O que estão fazendo com um ex-presidente da República. Nós vamos enfrentar tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, afirmou.
A reunião, convocada pelo líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), contou com a presença de mais de 50 parlamentares, entre eles deputados e senadores de siglas como Republicanos, PP, PSD, União Brasil e Novo. O encontro teve como pauta central as decisões recentes do STF e a operação da PF que mirou aliados e o próprio Bolsonaro na última sexta.
Durante o encontro, foram anunciadas três frentes de ação organizadas pela oposição: uma voltada à comunicação, coordenada pelo deputado Gustavo Gayer (PL-GO); outra dedicada à articulação interna no Congresso, sob liderança de Cabo Gilberto (PL-PB); e uma terceira voltada às ações externas em apoio a Bolsonaro, conduzida pelos deputados Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Zé Trovão (PL-SC).
Repercussão e Reações
A tornozeleira eletrônica foi imposta como uma das medidas cautelares após decisão de Moraes, que proibiu o ex-presidente de manter contato com investigados, sair do país ou se ausentar de sua residência por mais de três dias sem informar a Justiça.
A defesa de Bolsonaro nega qualquer envolvimento em articulações golpistas e afirma que as medidas são “desproporcionais e ilegais”.