SEM CONDIÇÕES

Bolsonaristas falam em 'enterro da anistia' após explosões

Entenda o impacto das explosões em Brasília e como elas podem mudar o curso do projeto de anistia na Câmara dos Deputados.

Bolsonaristas falam em ‘enterro da anistia’ após explosões Bolsonaristas falam em ‘enterro da anistia’ após explosões Bolsonaristas falam em ‘enterro da anistia’ após explosões Bolsonaristas falam em ‘enterro da anistia’ após explosões
O corpo de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, é retirado da frente do STF, segundo a Polícia Civil do DF, Francisco foi autor das explosões ocorridas nesta quarta-feira (13) na Praça dos Três Poderes. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
O corpo de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, é retirado da frente do STF, segundo a Polícia Civil do DF, Francisco foi autor das explosões ocorridas nesta quarta-feira (13) na Praça dos Três Poderes. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Deputados bolsonaristas afirmaram em grupos de WhatsApp que as explosões na praça dos Três Poderes, na noite desta quarta-feira (13), devem prejudicar a tramitação do projeto de lei que dá anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro na Câmara dos Deputados.

A reportagem teve acesso a mensagens que foram enviadas em dois grupos com deputados da oposição.

Em um deles, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) enviou imagem do suspeito da explosão, que seria um ex-candidato a vereador pelo PL. “Parece que foi esse cara mesmo. Agora vão enterrar a anistia. Pqp”, escreveu.

O deputado Capitão Alden (PL-BA) respondeu dizendo que “lá se foi qualquer possibilidade de aprovar a anistia”. “Adeus redes sociais e esperem os próximos 2 anos de perseguição ferrenha! Com certeza o inquérito das fake news será prorrogado ad eternum”, disse.

Em outro, o deputado Eli Borges (PL-TO) escreveu “se tentou ajudar atrapalhou”. “Agora o Xandão [apelido para Alexandre de Moraes] vai dizer: ‘é a prova que o 8 de janeiro era necessário’”.

O projeto de lei da anistia aos condenados pelo 8 de janeiro é considerado uma pauta cara aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O que disse Jair Bolsonaro

Nesta quinta, Bolsonaro escreveu em sua conta no X (antigo Twitter) um lamento à morte do homem. Na postagem, Bolsonaro diz ser contra “qualquer ato de violência” e disse que o caso exige reflexão. “Apesar de configurar um fato isolado, e ao que tudo indica causado por perturbações na saúde mental da pessoa que, infelizmente, acabou falecendo”.

Em sua primeira manifestação pública, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, por sua vez, afirmou na manhã desta quinta-feira (14) que o ocorrido não é um ato isolado e começou com o chamado “gabinete do ódio” na gestão Bolsonaro. Ele descartou anistia.

O homem foi identificado como Francisco Wanderley Luiz, 59, é chaveiro e foi candidato a vereador pelo PL em 2020 com o nome de urna Tiü França, em Rio do Sul (SC), mas não foi eleito. Antes de morrer, publicou uma série de mensagens sobre o ataque, misturando declarações de cunho político e religioso.

No fim de outubro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), retirou a proposta sobre a anistia pelo 8/1 da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa e anunciou a criação de uma comissão especial para analisar o texto -ela ainda não foi oficializada.

O próprio ex-presidente, em entrevista à Folha de S.Paulo, citou a anistia para o 8 de janeiro.

“Anistia para o 8 de janeiro. A minha [anistia] tem um prazo certo para tomar certas decisões. Acredito que o Trump gostaria que eu fosse elegível. Ele que vai ter que dizer isso aí, mesmo que tivesse conversado com ele, não falaria. [Mas] tenho certeza de que ele gostaria que eu viesse [a ser] candidato”, disse.

VICTORIA AZEVEDO/BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.