
É #FAKE que metanol foi detectado em lotes da Coca-Cola. Posts publicados em redes sociais usam montagem e vídeo manipulado com inteligência artificial. Os conteúdos mentem ao citar uma falsa “reportagem” do G1 e usar uma cena criada com IA na qual aparece a jornalista Renata Vasconcellos, apresentadora do Jornal Nacional. Em nota, a Coca-Cola desmentiu as alegações virais que falam de uma suposta “contaminação” do refrigerante. Nenhum órgão de saúde, nacional ou internacional, identificou risco de metanol em refrigerantes. Os casos reais de intoxicação registrados no Brasil envolvem bebidas alcoólicas adulteradas, especialmente em São Paulo e Pernambuco.
O boato, segundo analistas, é tão absurdo quanto perigoso já que nenhuma autoridade sanitária confirmou a informação, e o Ministério da Saúde já esclareceu que os casos reais de intoxicação envolvem bebidas alcoólicas clandestinas, não refrigerantes industriais. Mas o estrago já estava feito. Bastaram alguns vídeos maliciosos e áudios com “tom de urgência” para que milhares de pessoas acreditassem e compartilhassem. Os cliques dos compartilhamentos contribuem não apenas para o caos, mas servem também para enriquecer aqueles que espalham boatos e notícias falsas – as chamadas fake news. São os fabricantes do medo, os que acordam cedo não para informar, mas para inflamar. Sabem que o terror dá mais engajamento que a verdade, e que a histeria rende mais views do que a razão.
Esses criadores de pânico digital descobriram o segredo do nosso tempo: o medo é o algoritmo perfeito. E o que começou como um simples boato vira, em poucas horas, crise de confiança, queda de vendas e desespero coletivo. O caso da Coca-Cola é só um capítulo dessa novela grotesca em que a desinformação substitui o jornalismo, e a histeria substitui o senso crítico. O que deveria ser uma pausa para o refrigerante vira uma dose de paranoia industrializada.