AGÊNCIA O GLOBO
A dona do brechó de luxo Desapego Legal, Francine Prado, fez uma live na tarde desta segunda-feira após acusações de que teria aplicado um golpe de até R$ 5 milhões em clientes.
As denúncias, reveladas pelo Fantástico neste domingo, afirmavam que a empresária não teria pagado por itens entregues a ela por mais de 200 pessoas e que foram revendidos pela loja. A influenciadora afirmou que a empresa passou por “problemas”, mas disse que atua para resolvê-los no momento e que se sentiu “constrangida” após a repercussão do caso.
– Existiram erros administrativos que serão resolvidos. Toda a história tem dois lados, mas o que eu vou fazer é continuar trabalhando – disse ao responder perguntas de seguidoras. – Eu fiquei constrangida- respondeu ao ser questionada por seguidoras.
Ao continuar a comentar o caso, Francine repetiu que havia se sentido “constrangida”, mas afirmou que seria por “todo o carinho recebido” por seguidoras após as acusações.
Entenda as denúncias
Com mais de 221 mil seguidores no Instagram, o brechó de Francine é famoso online pela revenda de bolsas de marcas de luxo, como Yves Saint Laurent, Chanel e Louis Vuitton. A loja, no entanto, é citada em quase 100 processos judiciais e alvo de boletins de ocorrência, direcionados a Francine e seu marido, mostrou o Fantástico.
Até a exibição da reportagem neste domingo, a empresa também era mencionada em 149 queixas na plataforma Reclame Aqui, onde aparecia também “não recomendada”. Já na tarde desta segunda-feira, foram encontradas 190 reclamações com menções ao estabelecimento, que tem uma sede física em São José dos Campos, mas atua principalmente online.
Ouvido pelo Fantástico, um cliente baiano identificado como Lázaro relatou que passou a enviar peças para Francine vender em troca de comissões de 10% sobre os produtos repassados. A situação, no entanto, teria se transformado em um “pesadelo” quando ele parou de receber os valores que deveriam ser pagos pela loja, como retorno pela venda dos itens.
Ao entrar em contato com Francine, ele relatou que ela teria respondido ironicamente, dizendo que “nunca havia recebido uma reclamação do Procon”. Ainda segundo o cliente, a dona do brechó não cumpria prazos de pagamentos previstos ao afirmar que passava por problemas de saúde.
– Talvez eu tive muita emoção, eu achei que todo mundo era amigo, que todo mundo queria o bem de todo mundo, mas aí eu vi o outro lado. Tem gente que o prazer é destruir o outro – afirmou durante a live nesta segunda-feira. – Eu poderia falar aqui das pessoas mencionadas na matéria, mas eu não vou.
Em nota encaminhada ao GLOBO, o Ministério Público de São Paulo afirma que “recebeu as representações junto às promotorias criminais de São José dos Campos, onde foram requisitadas instauração de inquéritos policiais”. O órgão público afirma que o caso está sob responsabilidade da Polícia Civil, “que realizará as diligências adequadas para a apuração das responsabilidades e demais circunstâncias do fato”.