“Nenhuma possibilidade de recuo”: “Mediante a onda de ataques que vem recebendo do governo americano, comandado por Donald Trump, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, afirmou que “não existe a menor possibilidade de recuar nem um milímetro sequer”, apesar das sanções impostas contra ele pelo presidente dos Estados Unidos. Em entrevista ao jornal norte-americano The Washington Post, divulgada nesta segunda, 18, Moraes afirmou que não pretende recuar em suas decisões sobre o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem deve ser condenado será condenado, e quem deve ser absolvido será absolvido”, disse Moraes.
O ministro do STF contou que estava assistindo a um jogo do Corinthians quando o celular dele começou a apitar com várias mensagens: Jair Bolsonaro havia descumprido a ordem de não usar as redes sociais. Ele agiu imediatamente, decretando a prisão domiciliar do ex-presidente, que será julgado a partir do dia 2 de setembro, acusado de tentativa de golpe de Estado.
“Eu entendo que, para a cultura norte-americana, é mais difícil entender a fragilidade da democracia, porque nunca houve um golpe lá. O Brasil viveu anos de ditadura”, destacou lembrando o período comandado por Getúlio Vargas e os 20 anos de ditadura militar.
“Quando você é mais atingido por uma doença, você desenvolve anticorpos mais fortes e procura uma vacina preventiva”, destacou o ministro ao jornal, que o descreveu como “o juiz que se recusa a ceder à vontade de Trump”.
Sanções a Alexandre de Moraes
Moraes foi sancionado pela Casa Branca com a Lei Magnitsky, usada para punir estrangeiros. O governo norte-americano alegou que o ministro do STF promove uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, apesar da ação penal ocorrer conforme os trâmites tradicionais da Justiça brasileira.
Segundo o governo americano, com a decisão, todos os eventuais bens de Alexandre de Moraes nos EUA estão bloqueados, assim como qualquer empresa que esteja ligada a ele. O ministro também não pode realizar transações com cidadãos e empresas dos EUA.”