
Um novo golpe digital está chamando atenção e preocupando autoridades e especialistas: criminosos têm coletado dados biométricos de vítimas – como selfie, reconhecimento facial e impressões digitais – para acessar contas, contratar serviços e aplicar fraudes. O alerta é especialmente direcionado a aposentados, idosos e pessoas que menos esperam ser alvo de exploração digital.
A prática combina tecnologia avançada com técnicas de engenharia social. Os golpistas se aproveitam de ofertas enganosas, brindes falsos ou mensagens urgentes para induzir as vítimas a fornecerem seus dados biométricos, dizendo que isso é necessário para liberar algum benefício, verificar fraudes ou liberar serviços.
O golpe pode ocorrer por telefone, SMS, WhatsApp ou até presencialmente, com falsos representantes de bancos, empresas ou órgãos como INSS. Estados como São Paulo e Rio de Janeiro têm registrado mais casos, mas a fraude se espalha rapidamente para outras regiões.
Principais riscos
– Acesso indevido a contas bancárias e aplicativos financeiros
– Contratação de empréstimos, cartões ou serviços em nome da vítima
– Vazamento de dados sensíveis, possibilitando novos golpes
– Dificuldade de reparação, já que dados biométricos não podem ser simplesmente “trocados” como uma senha
Como se proteger
– Forneça dados biométricos apenas por canais oficiais: aplicativos, sites oficiais ou atendimento presencial em agências com identificação verificada
– Desconfie de ofertas “boas demais para ser verdade”, mensagens urgentes ou pressões para fornecer dados
– Nunca use números informados pelo golpista para confirmar solicitações; busque sempre canais oficiais
– Ative autenticação em dois fatores, alertas de login e revise permissões de aplicativos
Se for vítima
– Contate imediatamente a instituição financeira ou serviço envolvido
– Bloqueie contas e cartões se necessário
– Registre boletim de ocorrência, preferencialmente pela delegacia virtual
– Reúna provas como capturas de tela, gravações e mensagens
– Procure orientação jurídica para reparação de danos
Golpes contra aposentados e beneficiários do INSS
Vítimas podem ser enganadas com promessas de benefícios pendentes, revisões ou devoluções, induzidas a fornecer selfies ou vídeos com identificação. Dados biométricos obtidos indevidamente podem comprometer futuros processos ou solicitações junto ao INSS, aumentando o risco de fraudes prolongadas.
Aspecto jurídico
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) classifica dados biométricos como sensíveis. Qualquer uso indevido gera responsabilidade para quem processa esses dados. Negligência ou falha de segurança por parte da instituição permite que a vítima pleiteie indenização por danos materiais e morais, podendo até resultar em ações coletivas se houver várias vítimas em situações semelhantes.
O golpe da coleta indevida de dados biométricos mostra a sofisticação crescente das fraudes digitais, combinando manipulação emocional com tecnologia avançada. A prevenção depende de conscientização, verificação rigorosa de informações e uso exclusivo de canais oficiais.