Foto: Pixabay
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Pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) levaram à dianteira o desenvolvimento de uma tecnologia capaz de detectar metanol em bebidas destiladas, mesmo com a garrafa lacrada. Agora, o projeto está prestes a entrar na fase de ensaios para produção em escala.

A partir de 13 de outubro, será iniciada a testagem com amostras reais, em ambiente controlado, com o objetivo de validar a eficácia e a confiabilidade do método.

Como funciona a tecnologia

O sistema utiliza radiação infravermelha para identificar moléculas adulterantes — como metanol ou água adicionada — por meio de alterações nas frequências de vibração dos compostos presentes. Um software analisa os dados e aciona um visor que indica a presença ou não de substâncias fora do padrão.

O método, desenvolvido desde 2023 no Laboratório de Química Analítica e Quimiometria, já apresenta 97% de precisão, sem necessidade de reagentes químicos e com resultados em questão de segundos.

Além desse processo óptico, os pesquisadores também desenvolveram um canudo sustentável, semelhante a um teste de gravidez, que muda de cor ao entrar em contato com metanol. Ele pode ser usado por bares e distribuidores para análises rápidas.

Contexto e futuras aplicações

Originado para monitorar a qualidade da cachaça na Paraíba, o método ganhou força após o aumento de casos de intoxicação por metanol no país.

A proposta chegou ao radar do Ministério da Saúde, que manifestou interesse em transformar a pesquisa em política pública.

Para avançar, os pesquisadores ressaltam a necessidade de investimentos para escalonamento, aquisição de insumos e ampliação da equipe.