O momento vivido pelo PSC na Série B é tão complicado que qualquer boa notícia é logo saudada efusivamente. Neste momento, as sete baixas que o Goiás terá no jogo de sábado, incluindo o artilheiro Anselmo Ramon e o meia Wellington Rato, turbinam as esperanças dos bicolores na conquista de um bom resultado dentro da capital goiana.
É óbvio que a partida seria difícil de qualquer maneira, mas é inegável o prejuízo causado ao time goiano pelas expulsões e advertências ocorridas no confronto com o Coritiba na 26ª rodada.
Em função dos desfalques, o Goiás entrará com um time completamente modificado, repleto de reservas que não vinham atuando. Oportunidade para que o Papão se imponha como visitante e tente conquistar uma vitória que seria crucial para a arrancada em busca da permanência na Série B.
Quando goleou o líder Coritiba no estádio Couto Pereira, ainda com Claudinei Oliveira no comando, a façanha surpreendeu a todos, até ao próprio time. Não seria despropósito acreditar na possibilidade de um novo triunfo heroico, agora diante do vice-líder do campeonato.
A embalar o sonho há o fato de que o PSC, ao contrário do adversário, estará completo diante do Goiás. E contando com um reforço para o meio-de-campo: Gustavo Nicola, que foi rebaixado com o CSA na Série C, mas tem a confiança do técnico Márcio Fernandes, com quem já trabalhou.
Nicola deve estrear, jogando ao lado de Leandro Vilela e Edinho. É o segundo jogador a ser aproveitado dentre os cinco que foram contratados na última janela. O primeiro foi o centroavante Denilson, que entrou nos minutos finais contra o América-MG.
A estratégia bicolor é iniciar diante do Goiás a reação para sair da lanterna. Um triunfo funcionaria como estímulo, ao time e à torcida, para a partida da próxima semana, contra o Grêmio Novorizontino, na Curuzu.
Os treinos evidenciaram a preocupação do técnico em reativar o poder de fogo da dupla Diogo Oliveira e Maurício Garcez. Peças fundamentais na boa sequência inicial de Claudinei, ambos caíram de rendimento por duas razões básicas: são pouco acionados pelo setor de meio-campo e passaram a ser marcados com atenção pelas outras equipes.
A chance de uma grande atuação em Goiânia, amanhã, passa necessariamente pelo desempenho da dupla de atacantes.
Novidades devem tornar Leão mais agressivo
Na série de treinos ministrados pelo técnico Antônio Oliveira para o jogo contra o Atlético-GO, amanhã à noite, no Baenão, tem incluído novidades que a torcida há muito tempo vinha cobrando. Marrony apareceu como titular na maior parte do tempo e Régis treinou ao lado de Caio Vinícius e Jaderson, podendo pela primeira vez começar um jogo nesta Série B.
De cara, a presença de Marrony e Régis significa que o Remo terá postura mais agressiva, buscando envolver o adversário desde os primeiros movimentos. Reconhecidamente decisivo para as pretensões de acesso, o jogo terá outro aspecto diferente: a pressão da torcida no Baenão, bem mais forte e intensa do que normalmente é no Mangueirão.
A provável escalação de Régis pode resolver o drama azulino na construção de jogadas. Dono da terceira melhor defesa do campeonato, o Remo sofre com a falta de vida inteligente no meio-campo. Habilidoso, dono de bom passe, o meia sempre faz a equipe crescer quando entra no 2º tempo.
Durante algum tempo, a reserva foi atribuída à ausência de condicionamento para atuar 90 minutos. Ao que parece, esse é um problema vencido. Melhor para o Remo.
A proximidade com o campo – nas laterais, a torcida fica a menos de 2 metros dos jogadores – faz com que o clima de caldeirão afete o comportamento do time. Às vezes, o impacto é positivo, funcionando como incentivo extra. Em outros momentos, porém, a coisa pode se tornar contraproducente, fazendo com que a cobrança se volte contra a equipe.
Dos titulares, somente Marcelo Rangel e Jaderson sabem como é jogar no Baenão lotado – Pavani, que está fora da partida, e Léo Lang também já atuaram no estádio. Sem esquecer que a última atuação foi o empate (com derrota nos pênaltis) frente ao S. Raimundo-RR, pela Copa Verde.
Ocorre que um time popular não pode jamais temer a presença do seu torcedor. O Leão é conhecido e temido justamente pela força de sua torcida, uma das mais participativas da atual Série B.
Dupla Re-Pa está devendo mais transparência
Paysandu e Remo estão entre os três clubes das duas divisões principais do Campeonato Brasileiro que descumprem norma estabelecida pela Lei Geral do Esporte, que prevê a publicação do balanço financeiro até 30 de abril do ano seguinte ao exercício em curso, por meio do site oficial do clube.
Ao lado do Amazonas, a dupla Re-Pa ainda não cumpriu essa norma legal. Os últimos balanços publicados pelos dois clubes se referem a 2023.
O PSC chegou a publicar relatórios financeiros de 2024 no Portal da Transparência, mas, diante da evidência de um prejuízo de R$ 18,8 milhões, retirou os documentos postados no site oficial.
O Remo não publicou nenhum relatório. Tudo o que se sabe é que o clube arrecadou R$ 12.013.951,94 ao longo de 2024, com valores referentes às rendas de jogos válidos pela Série C, segundo informações divulgadas pela própria diretoria.
A desobediência à lei pode provocar punições administrativas e financeiras. As informações foram apuradas pelo repórter Lucas Quirino, do DOL.