As imagens do elenco do Remo abraçando Antônio Oliveira, produzidas na reapresentação dos jogadores na segunda-feira (18), serviram para passar um recado óbvio: o grupo está fechado com o comandante. A intenção é desmentir especulações sobre uma suposta crise interna, que estaria por trás das pífias apresentações da equipe na Série B.
A rigor, não seria necessário organizar tal demonstração pública de harmonia. Afinal, o mínimo que se espera é que os jogadores sejam leais às ordens e determinações do técnico. E não há nenhuma informação que indique sinais de conspiração nas hostes remistas.
O problema que afeta o time não é de desobediência ao treinador; mas de obediência a ideias que até agora não deram certo. O Remo mudou o sistema de jogo das primeiras 10 rodadas, mas não apresentou um modelo para substituir. Não há sinal de entrosamento e organização.
Por essa razão – e não por má vontade dos jogadores – sofre terrivelmente mesmo quando enfrenta times que estão na parte inferior da classificação.
O fato é que os adversários já sabem como explorar os pontos fracos da equipe, localizadas no setor de meio-de-campo e expostas na ausência de conexão entre os setores, agravada pelo excesso de passes errados.
Cuiabá, Novorizontino, Ferroviária e Botafogo-SP fizeram isso de forma cirúrgica e conseguiram sair do Mangueirão com resultados positivos, arrancados diante da passividade demonstrada pelo time azulino.
Mesmo pressionada pela torcida e por conselheiros do clube, a diretoria deu um voto de confiança (e sobrevida) a Oliveira. Ele ganhou tempo para buscar formas de reagir na competição no confronto com o líder Coritiba, no próximo sábado, no Couto Pereira.
A missão é indigesta, mas abre a possibilidade de uma recuperação em grande estilo, capaz de fazer a torcida voltar a acreditar no sonho do acesso e apoiar o trabalho de Oliveira.
Papão qualifica comando das divisões de base
Com a contratação de Ignácio Neto, técnico que conduziu a Tuna na primeira fase da Série D do Campeonato Brasileiro, o PSC dá um passo importante no sentido de qualificar o comando de suas divisões de base. A experiência adquirida pelo técnico no torneio nacional será de grande valia para a formação de novos atletas no clube.
A presença de Ignácio no comando do Sub-20 e da base é também uma sinalização de que o PSC pretende levar a cabo a obra do Centro de Treinamento, com infraestrutura e campos disponíveis para a utilização do elenco profissional, do futebol feminino e das divisões de base.
A decisão de interromper a caminhada no futebol profissional foi motivada pelo projeto que o PSC promete desenvolver, investindo na formação de jogadores e forjando uma identidade desde a garotada do Sub-13.
Na Tuna, Ignácio Neto permaneceu por dois anos, realizando um grande trabalho e enfrentando os desafios normais de um clube que luta com dificuldades para voltar a ser realmente grande e respeitado.
Com ele, a Lusa conquistou o Campeonato Paraense Sub-20 com 100% de aproveitamento, em 2023. Venceu também a Copa Pará e a Supercopa Grão-Pará da categoria, passando então a dirigir o time principal.
Logo após a eliminação da Tuna para o Maranhão, no estádio do Souza, o treinador deu entrevista em tom de despedida. O anúncio de sua contratação pelo PSC representa um reconhecimento a tudo que Ignácio conseguiu fazer na Série D e no Parazão.
CBF Veta Camisa Vermelha
Fiel à linha conservadora que segue na política partidária, o presidente da CBF, Samir Xaud, confirmou o veto à produção da camisa vermelha da Seleção Brasileira, que havia sido sugerida na gestão de Ednaldo Rodrigues. Xaud fez reunião de urgência com a Nike para parar a produção da camisa vermelha, que seria uniforme alternativo da escrete.
Xaud assumiu ser contra a ideia de usar a cor vermelha. Alegou que não houve motivação política, mas optou por seguir as cores da bandeira brasileira, como se isso tivesse algo a ver com futebol.
“Eu fui contra a camisa vermelha, não por questão política. Realmente estava em produção. Fiz uma reunião urgente com a Nike, pedi que parasse a produção. Eu particularmente não gostei”, explicou. A reunião entre ele e o fabricante selou o retorno do velho padrão para o segundo uniforme.
Em tempo: Zeca Xaud, pai de Samir, dirige com mão de ferro a Federação Roraimense há 42 anos, mais tempo do que a idade do filho presidente da CBF e, pelo visto, um patriota empedernido.