A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) emitiu um alerta preocupante sobre os perigos das TV Boxes não homologadas, após identificar a presença do malware “Bad Box 2.0” em diversos modelos vendidos irregularmente no Brasil. Segundo o conselheiro Alexandre Freire, o software malicioso transforma os aparelhos em verdadeiras ferramentas para crimes virtuais, mesmo sem o conhecimento do usuário. Além da violação de direitos autorais associada à pirataria, esses dispositivos comprometem dados pessoais, podem ser usados para fraudes na internet e até como pontos de retransmissão de tráfego ilícito, colocando em risco a segurança das redes e a privacidade dos consumidores.
A ameaça não é restrita ao país. O FBI, centros de segurança da Irlanda e Portugal e empresas como a Google, que já moveu ação judicial contra os responsáveis, também emitiram alertas. Porém, o Brasil lidera o número de infecções, com cerca de 1,8 milhão de aparelhos comprometidos. Entre as ações maliciosas identificadas estão o roubo de credenciais, a fraude publicitária com cliques falsos, ataques DDoS e a transformação de redes domésticas em canais para atividades criminosas. Em muitos casos, o tráfego de dados suspeito ocorre mesmo com o equipamento em modo de espera.
Riscos e Proteção Contra TV Boxes Não Homologadas
Para se proteger, a Anatel reforça a importância de adquirir apenas dispositivos homologados, informação que pode ser verificada no portal oficial da agência. A recomendação inclui evitar fontes não confiáveis de software, manter sistemas atualizados e desligar imediatamente aparelhos suspeitos. Como destaca a superintendente Gesiléa Teles, o combate a esses dispositivos vai além de questões técnicas: trata-se de um tema que envolve segurança pública, proteção de dados e preservação da concorrência leal no mercado digital brasileiro.