A Páscoa é repleta de símbolos, mas dois deles se destacam: o coelho e o ovo. Presentes em decorações, chocolates e tradições familiares, esses elementos têm histórias curiosas que remontam a culturas antigas e adaptações religiosas. Mas como eles se tornaram parte dessa celebração?
O Ovo de Páscoa: Símbolo de renascimento
A associação do ovo com a Páscoa tem raízes em diferentes culturas:
✔ Tradições pagãs: Em civilizações antigas (como egípcios, persas e romanos), o ovo representava renovação e fertilidade, ligado ao início da primavera no Hemisfério Norte.
✔ Cristianismo: Com o tempo, a Igreja incorporou o símbolo, associando-o à ressurreição de Cristo — assim como um ovo guarda vida em seu interior, o túmulo de Jesus guardava a promessa de um novo começo.
✔ Ovos coloridos: A tradição de pintar ovos surgiu na Europa Medieval, onde eram dados como presentes. Os cristãos ortodoxos ainda mantêm o costume de ovos vermelhos, simbolizando o sangue de Cristo.
O Coelho da Páscoa: Fertilidade e distribuição de ovos
Já o coelho tem uma trajetória mais recente:
✔ Origem germânica: O coelho era associado à deusa Ēostre (ou Ostara), da mitologia anglo-saxã, que representava a primavera e a fertilidade. Daí veio o nome Easter (Páscoa em inglês).
✔ Lenda popular: Uma história alemã do século XVI falava de um coelho que trazia ovos coloridos para crianças bem-comportadas. Imigrantes alemães levaram a tradição para os EUA no século XVIII, onde ela se popularizou.
✔ Adaptação comercial: No século XIX, chocolates em formato de ovos e coelhos se espalharam pela Europa, transformando-se no símbolo moderno da data.
Por que coelhos “Escondem” ovos?
A explicação está na mistura de tradições:
- O coelho, como animal fértil, simboliza vida nova.
- Os ovos, já ligados à Páscoa, eram “entregues” por ele em versões folclóricas.
- A brincadeira de caça aos ovos surgiu como uma forma lúdica de celebrar a data com crianças.
E no Brasil?
Aqui, os símbolos chegaram com imigrantes europeus no século XIX, mas ganharam força com o marketing de chocolates no século XX. Hoje, a tradição movimenta bilhões anualmente, com ovos de todos os tipos — de colher a gigantescos.
Curiosidade: Em alguns países, outros animais distribuem os ovos. Na Suíça, é o cuco; na Austrália, tentam substituir o coelho pelo bilby (um marsupial ameaçado).
O coelho e o ovo mostram como tradições pagãs e cristãs se misturaram ao longo dos séculos. Se antes eram símbolos de fertilidade e renovação, hoje também representam doçura, alegria e celebração em família — provando que a Páscoa vai muito além do religioso.