DIÁRIO NA EUROPA

A natureza de um rio incontrolável no norte de Portugal

A cidade de Amarante, quase milenar no norte de Portugal, e dentro do distrito do Porto, já foi assunto aqui no DIÁRIO NA EUROPA

A natureza de um rio incontrolável no norte de Portugal

A cidade de Amarante, quase milenar no norte de Portugal, e dentro do distrito do Porto, já foi assunto aqui no DIÁRIO NA EUROPA. Te lembras disso? Pois é. Já demos uma panorâmica da história da localidade, marcada por traços romanos, muita coragem e romantismo. Vamos voltar a Amarante mas dessa vez para uma curiosidade e que tem o status de lenda: o rio Tâmega.

Ele nasce na Galiza (Espanha), atravessa uma parte de Portugal e desagua em Entre-os-Rio e Torrão, já no rio Douro. Os lugares são bucólicos e convidam a um bom de um café com pupunha. Mas tu sabias que, talvez por causa de toda essa beleza, certa vez o rio Tâmega foi ameaçado e, ainda por cima, por um gigante?

Repito: a coisa toda é uma lenda, mas não deixa de ser interessante. Anota aí: em um passado bem, mas bem remoto, o rio Tâmega seguia em seu curso, sem incomodar ninguém, ou quase. Lá pelas tantas, dizem os mais antigos, um gigante, vindo sabe-se lá de onde, implicou com a beleza daquelas águas.

Pois não é que o incomodado começou a pegar umas pedras enormes e tentou frear o avanço das águas? Trabalhou, carregou, arrastou, fez força e…….tava quase conseguindo barrar o rio. Mas então a natureza foi mais forte e mostrou quem mandava no lugar. O rio estourou com as pedras e passou a correr mais forte ainda. Uma verdadeira pororoca portuguesa.

Tamanho, força e zero raciocínio

O gigante, que na verdade era só tamanho e força e zero raciocínio, já exausto, deu-se por vencido e desapareceu. Não se sabe se evaporou, se afogou, saiu voando ou simplesmente sumiu sem deixar vestígios. O certo é que , ainda hoje, é possível ver várias pedras no leito do rio. E essas pedras seriam a prova de que a história é real. Quem sabe, né?

Já se passaram séculos e mais séculos e hoje o rio Tâmega banha a linda cidade de Amarante. Há até passeios em pedalinhos e pequenos barcos, sendo que cada meia hora, custa 10 euros (R$ 65). A experiência é das mais agradáveis.

A natureza sempre vence

Voltando ao gigante, aqui cabe uma metáfora e que serve pra qualquer situação: a natureza é mais forte e, faça o que fizer, o ser humano nunca vai superar os rios, as florestas, as árvores, as pedras e as águas, muito menos o céu e o sol.

*Sérgio Augusto do Nascimento é um jornalista paraense que vive em Portugal. Já foi repórter e editor e hoje é correspondente do Diário na Europa.