
Botafogo e Palmeiras têm feito jogos emocionantes e quase sempre decisivos nos últimos três anos. É um clássico que recuperou importância com a guinada alvinegra após virar SAF. Em 2023, um título quase certo foi frustrado pela virada palmeirense por 4 a 3, no estádio Nilton Santos, que levou ao triunfo na temporada. Em 2024, veio a revanche do Glorioso, com triunfos que pavimentaram a conquista da Série A.
Em plena Filadélfia, cariocas e paulistas têm um encontro marcado, decidindo a passagem às quartas de final de um torneio mundial. Por força dos resultados, eles se enfrentam a partir das 13h. Um jogo que tem todos os ingredientes para ser eletrizante. Mas, nos últimos sete prélios, o Botafogo venceu quatro, o Palmeiras um e ocorreram dois empates.
Em primeiro lugar, a partida vale muito mais que as batalhas domésticas, pois a visibilidade é incomparavelmente maior – a premiação também. Outro atrativo é a chance de seguir em frente, pegando Chelsea ou Benfica nas quartas. Qualquer um que se classifique entre os europeus é adversário que pode ser superado por Palmeiras ou Botafogo.
As equipes chegaram ao Mundial cercadas de expectativas diferentes, com maior destaque para o Palmeiras, que vive um momento ligeiramente melhor no Campeonato Brasileiro. Abel Ferreira tem um trabalho de cinco anos no Verdão. Renato Paiva está no Fogão há quatro meses.
Os jogos realizados na Copa desfizeram todas as premissas. O Botafogo foi o time brasileiro que conseguiu a maior façanha, derrotando o PSG, campeão europeu e favorito ao título. Além disso, encarou de igual para igual o Atlético de Madrid, terceira força da liga espanhola.
Sem maior brilho, ao Palmeiras coube um empate sem gols com o mais fraco FC Porto da história e dificuldades terríveis diante do Inter Miami de Messi e Suárez, quando chegou a estar perdendo por 2 a 0.
Nada disso significa que exista um favorito para este sábado. O clássico não permite entrever uma equipe mais cotada. O equilíbrio é real, o que torna a batalha uma espécie de final brasileira do Mundial. Igor Jesus e Estêvão são as atrações, mas decisões costumam ungir heróis improváveis.
De minha parte, espero que os deuses da bola não brinquem com este coração botafoguense cansado de guerra. Que a decisão saia com bola rolando. Série extra de penalidades é uma crueldade.
Superar as oscilações é o desafio do Leão
O Remo enfrenta o Athletic-MG, domingo (às 16h), em São João Del Rey, no segundo desafio de Antônio Oliveira no comando da equipe. E não é um desafio qualquer. Estacionado em 20 pontos, com apenas uma vitória nos últimos seis jogos, o Leão precisa afastar a fase de oscilações no campeonato.
Quem disputa a Série B precisa estar preparado para altos e baixos normais da caminhada, mas é necessário reagir rápido quando a crise técnica se aproxima. Problemas seguidos de lesões, associados à inesperada troca de comando, resultaram num cenário indesejável para o Remo, cuja campanha até a 11ª rodada foi quase impecável.
Duas derrotas seguidas, para Atlético-PR e Paysandu, agravaram ainda mais o quadro. O que parecia contornável começou a ingressar no terreno das incertezas quanto à capacidade reativa do time.
Antônio Oliveira tem a missão de reverter a fase negativa. Depende de um bom resultado diante do Athletic para fazer com que as coisas entrem nos eixos novamente. Para isso, tem que fazer o time voltar a jogar com a eficácia de antes. O retorno do capitão Reynaldo é uma boa notícia. Com ele, ao lado de Klaus, a zaga fica mais firme.
Ao mesmo tempo, o ataque precisa voltar a funcionar, após ficar duas rodadas em branco. A ausência de jogadas para Pedro Rocha, artilheiro da competição com 6 gols, explica em parte a seca de gols.
Bola na Torre
Com apresentação de Guilherme Guerreiro, o programa começa às 23h, na RBATV, com participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em debate, os jogos das Séries B e D do Campeonato Brasileiro. A edição é de Lourdes Cézar e Lino Machado.
MPPA pede apuração dos tumultos no Re-Pa
As escaramuças envolvendo dirigentes e aspones de Remo e Paysandu, minutos depois do clássico do último sábado (21), no Mangueirão, podem render punição para os gestores dos clubes. O Ministério Público estadual, através do promotor Eduardo Falesi do Nascimento, solicitou à Delegacia do Torcedor e Grandes Eventos da Polícia Civil a abertura de procedimento investigatório para apurar os incidentes.
Imagens postadas em sites e redes sociais expuseram a confusão ocorrida no interior do túnel de acesso ao gramado, à zona mista e em frente aos vestiários dos times. A iniciativa visa responsabilizar penalmente os valentões envolvidos nos tumultos. Oportuna e exemplar iniciativa.