O futebol paraense parece ter se acostumado a cultivar polêmicas desnecessárias a cada começo de temporada. A três dias do início oficial do Campeonato Paraense, surge um debate sobre a nova regra de utilização de jogadores estrangeiros na competição. Tudo porque a Federação Paraense de Futebol atualizou o regulamento e aumentou de cinco para nove o número de gringos que podem ser relacionados por partida.
É claro que, à primeira vista, a medida beneficia o PSC, clube que tem seis jogadores estrangeiros no elenco – o último a ser anunciado foi o volante paraguaio Espinoza. Acontece que a atualização se estende a todos os participantes, que podem trazer até nove atletas do exterior.
O Remo, que se iguala em investimentos ao PSC, foi mais contido e econômico quanto à aquisição de estrangeiros. Trouxe até agora o zagueiro argentino Ivan Alvariño, ex-Amazonas. Ontem, porém, já se especulava a contratação do lateral-esquerdo/meia paraguaio Alan Rodriguez.
Antes que a FPF seja acusada de favorecimento a um dos clubes (o PSC), como alegam os clubes reclamantes, cabe observar que a ampliação da cota de gringos seguiu a mudança implementada pelo regulamento da CBF.
Segundo o presidente do Bragantino, Claudio Vagner, o ponto questionado é que no Congresso Técnico ficou combinado o limite de cinco atletas: “Só vai beneficiar o Paysandu, que é quem tem esse quantitativo de jogadores. Acho que tudo que é acertado antes, não sai caro. Poderiam colocar até 30, mas, como não foi acertado, então deveriam ter consultado os clubes”.
Para tentar barrar a alteração, o Santa Rosa entrou com recurso junto ao Tribunal de Justiça Desportiva, com endosso de Bragantino e Capitão Poço. A treta deve ter vida curta porque o TJD não deve perder tempo com a reclamação.
O caso quase adquiriu contornos mais espalhafatosos com a suposta participação do Remo no bloco dos insatisfeitos. Ontem mesmo, porém, em contato com a Rádio Clube do Pará, o advogado azulino André Serrão não confirmou esse posicionamento. O clube, segundo ele, está conversando com a FPF e demais clubes a respeito da nova regra.
A não ser que se pretenda criar um cavalo de batalha capaz de agitar o início do campeonato, o caminho natural é aceitar a atualização como um passo natural e inevitável. O fato é que a FPF acatou um pedido do PSC para atualizar o sistema em relação aos estrangeiros, levando em consideração o Regulamento Geral das Competições.
Segundo o diretor jurídico da entidade, André Cavalcante, a decisão de ampliar a utilização de atletas estrangeiros contribui para valorizar e qualificar a parte técnica da competição, que é um dos objetivos da FPF. Cabe agora ao TJD descascar o abacaxi.
Dia do Jogo Limpo e a importância da ética no esporte
Passou quase despercebido, mas merece cada vez mais atenção a celebração do Dia Nacional do Jogo Limpo e de Combate ao Doping nos Esportes, comemorado nesta quarta-feira (15) em Brasília pelo Ministério do Esporte, através da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). A programação contou com palestra da presidente da ABCD, Adriana Taboza, e teve a apresentação do novo mascote da instituição.
Para Adriana, “a prática do esporte em todas as suas dimensões pressupõe a existência de regras e boa conduta. O Jogo Limpo é responsabilidade de todos e precisamos nos apropriar do conhecimento para ajudar atletas e comunidade esportiva a lutar pelo esporte de forma limpa e justa”.
O Dia Nacional do Jogo Limpo é uma oportunidade de reflexão e mobilização em defesa de um esporte mais ético e justo, reforçando a importância de competir com integridade e respeito às regras.
A data foi instituída pela Lei nº 12.638, sancionada em 14 de maio de 2012, e tem o objetivo de conscientizar atletas, comunidade esportiva e público em geral sobre a importância de proteger e praticar o esporte com lealdade e igualdade de condições.
Custo de Depay gera espanto e agrava crise corintiana
Com renda mensal de R$ 3,150 milhões, a partir de um contrato com o Corinthians que lhe garante R$ 82 milhões fixos e livres de impostos, o holandês Memphis Depay ostenta hoje a condição invejável de jogador de futebol mais bem pago da América do Sul e um dos mais caros do planeta.
Além dos R$ 82 milhões por 26 meses, Depay ainda pode usufruir de renda variável, além de salários, luvas e direitos de imagem.
A notícia causou espanto ainda maior porque o faturamento do atacante pode atingir R$ 116 milhões com variáveis por desempenho e conquista de títulos. Ou seja, o contrato é altamente generoso com o atleta e danoso ao endividado Corinthians, que tem a responsabilidade de quitar as taxas e encargos. Detalhe: todos os valores são cotados em euros.
Até mesmo o valor do patrocínio da empresa Esportes da Sorte, de R$ 57 milhões, fica abaixo dos custos de Depay para o Corinthians. Além dos impostos e variáveis, existe um valor extra de R$ 28 milhões a ser quitado pelo clube.
Para complicar, todo o acerto é amarrado com o Corinthians, pois Depay não aceitou ficar vinculado ao patrocinador. Em caso de atraso ou calote, o clube poderá ser processado junto à Fifa, e punido com “transfer ban”.
A situação envolvendo Depay é um dos pontos que podem acelerar o processo de impeachment do presidente Augusto Melo, pois há o entendimento de que as condições do contrato teriam que ser informadas aos conselheiros, que foram os últimos a saber.