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A comichão irresistível

Os clubes de massa têm extrema dificuldade em lidar com as pressões das torcidas, que cobram títulos a cada ano. Em situação de dívida com a Fiel, após passar em branco nas competições de 2022, o PSC não conseguiu suportar um mês de inatividade sem anunciar uma nova contratação. Mateus Batista, atacante de 27 anos, com passagem pelo Grêmio (RS), é o reforço trazido para a Copa Verde.

Vem como aposta, não como candidato a titular. Os nomes do ataque são, em tese, Robinho, Danrlei e Marlon. Para uma competição de tiro curto, como a Copa Verde, com duração máxima de 20 dias para o PSC, a despesa com um novo jogador não deixa de ser extravagante.

Mais ainda porque, logo depois da eliminação na Série C, o presidente do clube, Maurício Ettinger, garantiu que o elenco seria enxugado, a partir da liberação de atletas que não interessavam mais. Seis foram dispensados e dois pediram para sair – Marcelo Toscano e Igor Carvalho.

O elenco foi recomposto com seis atletas oriundos da base alviceleste. No total, 26 jogadores treinam há duas semanas para os jogos do torneio interestadual. A estreia do Papão está programada para 29 de outubro e, até lá, todos imaginavam que o grupo de jogadores estava fechado.

A aquisição de mais um jogador quebra a programação anunciada, embora possa ser justificada pela reposição no ataque, após a saída de Toscano. O certo é que o PSC, que arca com despesas pesadas – acima de R$ 2 milhões, segundo a diretoria – no período de inatividade, terá que firmar contrato mínimo de três meses com um jogador ainda não testado.

Depois de defender o Grêmio até 2018, com passagem pelo Tondela de Portugal em 2017, Mateus jogou pelo Atlético Tubarão e depois se transferiu para o futebol finlandês. Voltou ao Brasil em 2020 para defender Novorizontino e Marcílio Dias. No ano passado, jogou pelo Esportivo na Série D. Em 2022, esteve no Caxias, onde marcou sete gols na temporada.

O impulso de contratar sem critérios (e sem necessidade) é, provavelmente, o ponto mais impactante na vida dos clubes paraenses, especificamente PSC e Remo. As gestões mudam, mas o hábito se mantém. Em 2022, o PSC trouxe mais de 30 jogadores, com resultados pífios. Agora, antes mesmo do fim da temporada, só para não perder o costume, já engata a primeira contratação de 2023.

Neymar: antes da Copa, o desafio nos tribunais

A festança da Bola de Ouro corria solta em Paris na premiação dos melhores do mundo, mas o principal jogador brasileiro da década estava às voltas com um problema chato e de alto risco: responder ao processo no qual é acusado de fraude e corrupção ainda pela transferência do Santos para o Barcelona, há nove anos.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Na audiência realizada em um tribunal de Barcelona, Neymar afirmou em depoimento que só fazia assinar os documentos que seu pai recomendava. Foi a estratégia encontrada por seus advogados para abrandar uma possível pena e evitar que o camisa 10 da Seleção acabe preso.

O problema, segundo a imprensa espanhola, é que essa argumentação dificilmente encontra acolhida nos tribunais europeus. De tão repetida por astros milionários do futebol, a desculpa não comove os juízes.

Prevalece, tanto lá como cá, o princípio romano de que ninguém pode alegar desconhecimento a respeito daquilo que se assina, desde que a pessoa seja maior e mentalmente capaz. O menino Ney corre ainda o risco de ser tomado como exemplo, afinal a Fifa vem insistindo em dar mais transparência às robustas transações financeiras do futebol.

Leão se movimenta, mas adota a lei do sigilo

O Remo não está parado. Busca alternativas para os cargos de executivo e de técnico para 2023. Nas últimas semanas, alguns nomes foram analisados e até discretamente sondados. Alguns destes movimentos acabaram vazando e quebrando o sigilo imposto pela diretoria.

Tiago Gasparino (ex-Novo Horizontino) e Alarcon Pacheco (ex-Chapecoense) são os nomes mais especulados para a função de executivo de futebol, mas um terceiro nome não está descartado.

Tiago Gasparino (ex-executivo do Novo Horizontino). Foto: Divulgação

Já sobre o técnico reina uma indefinição maior. O presidente Fábio Bentes deu a letra sobre o perfil desejado: o clube busca um profissional que tenha características mais propositivas. Os reativos, como Paulo Bonamigo e Gerson Gusmão, deixaram lembranças negativas e dolorosas.

O potiguar Luizinho Lopes, que dirigiu Manaus e Confiança, é o mais lembrado. Passou pelo Baenão, em 2014, como auxiliar de Roberto Fernandes. O fato de ser um técnico da nova geração (41 anos) não ajuda muito a essa altura do pagode.

Ao mesmo tempo, se há dúvida sobre quem virá, já existe uma certeza sobre quem está fora dos planos: Hélio dos Anjos, antigo sonho da diretoria, renovou contrato com a Ponte Preta para a próxima temporada.

Bagunçada, Segundinha vira uma usina de problemas

Os jogos das quartas de final da Segundinha do Campeonato Paraense finalmente irão prosseguir no final de semana, depois que o TJD deu ganho de causa ao União Paraense em processo que envolvia o Clube Atlético Paraense (CAP). O risco de nova interrupção está no recurso que o CAP interpôs, buscando retornar à competição – o julgamento será na segunda-feira, 24. Há, ainda, recurso do Paragominas para ser julgado no STJD.

Na mesma proporção em que é desinteressante e deficitária, a Segundinha é rica em problemas. Tudo começa obviamente pela quantidade obscena de times participantes (24). O número ideal seria a metade, o que serviria para reduzir os prejuízos e a possibilidade de encrencas judiciais.