O violonista e compositor gaúcho Yamandu Costa foi acusado de violência física, sexual e psicológica por uma mulher com quem ele teve um relacionamento de cerca de três meses.
Segundo a suposta vítima, que prefere não ser identificada, Costa abusou sexualmente dela e fez sexo sem consentimento, em três ocasiões nas quais a teria sedado com um remédio. Ela também afirma que foi agredida mais de uma vez pelo músico, inclusive na presença de testemunhas e de um menor de idade.
O caso teria acontecido em Lisboa, em Portugal, onde Costa mora desde 2019, mas a denúncia foi registrada pela polícia de Barcelona, na Espanha.
Em nota enviada por seus advogados, Costa nega as acusações. “Recebi com perplexidade e tristeza a informação a respeito de graves alegações. Nego veementemente o teor delas, como também repudio qualquer tipo de violência”, afirma o músico.
“Aproveito a oportunidade para me solidarizar com as mulheres vítimas de abuso e informar que colaborarei integralmente com as autoridades competentes para o esclarecimento dos fatos. Com o intuito de resguardar a verdade, tendo em vista a seriedade do tema, a partir deste momento, meus advogados passarão a tomar as medidas necessárias.”
O caso veio a público nas redes sociais, nesta semana, num vídeo da portuguesa Inês Marinho, fundadora do movimento Não Partilhes -que atua contra a divulgação de imagens íntimas de mulheres, feitas sem autorização- relatando as agressões.
O vídeo também tem mensagens em espanhol entre os dois, nos quais Costa diz não se lembrar da agressão, pede desculpas e afirma que foi “sem querer”.
Um documento do Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses da Catalunha, obtido pela reportagem, afirma que a mulher apresentava hematomas compatíveis com a agressão denunciada.
Detalhes da Denúncia
A mulher afirma ser uma fã de longa data de Costa. Eles teriam se conhecido em um show, em fevereiro deste ano, e começaram um relacionamento romântico. Após uma viagem juntos para a Colômbia -na qual a denunciante pagou sua passagem-, Costa teria oferecido para levá-la para a Europa, primeiro a Paris e, depois, a Lisboa.
Durante sua estada em Paris, Costa teria abusado sexualmente dela enquanto dormia, dopada por um remédio. A mulher afirma que sentia dores vaginais e tinha vestígios de sêmen por seu corpo quando acordou.
O músico então continuou a sua turnê, deixando a mulher em sua residência, em Lisboa. Segundo a denunciante, ela ficou cerca de um mês e meio na casa de Costa.
As relações sexuais sem consentimento teriam se repetido mais duas vezes na residência do músico. Na terceira ocasião, ele teria oferecido um medicamento hipnótico a ela antes do novo abuso -a substância foi encontrada em seu sangue quando foi examinada pelo IML catalão.
Agressões e Discussão
Em 1º de maio, Costa e a mulher teriam tido uma discussão, quando o músico teria pedido a ela que devolvesse o dinheiro das passagens para ela ir até a Europa, assim como o valor da comida que ela havia consumido durante a estadia. Segundo ela, Costa passou a ficar agressivo e bateu em suas costas na presença de um menor de idade.
No próximo dia, eles saíram juntos para o Bar Tejo, onde a mulher afirma que Costa a agrediu novamente com um tapa no rosto, testemunhada por outras pessoas no estabelecimento, que teriam interferido para tentar protegê-la.
O músico teria enviado mensagens à denunciante, pedindo que ela o perdoasse. Após o incidente, ela teria ido à casa de outra conhecida para passar a noite, antes de partir para Barcelona.