Um reino muito, muito distante, um déspota, uma comunidade que acaba subjugada nas mãos do poderoso. E em contraposto, uma heroína guiada por bons sentimentos, embalados por canções. Lembrou de alguma coisa?
Sim, a primeira grande estreia do ano nos cinemas, “Wish – O Poder dos Desejos” traz às telas grande parte da fórmula que fez o sucesso das animações da Disney ao longo de cem anos de história.
Mas a nova criação do estúdio, desenvolvida para celebrar o centenário, não vem empolgando muito a crítica especializada em suas exibições prévias. Resta saber se o público irá se encantar com a história.
O filme, que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 4, acompanha a jornada da jovem e sonhadora Asha (interpretada pela atriz, cantora e dançarina americana Ariana DeBose, de “Amor, Sublime Amor” e, na dublagem brasileira, por Luci Salutes).
Candidata a aprendiz no Reino de Rosas, ela entra em conflito com o Rei Magnífico (Chris Pine/Raphael Rossato), que detém o domínio sobre os desejos individuais de cada cidadão do reino. Ele controla a magia e escolhe sempre uma pessoa para transformar seu desejo em realidade.
Mas ao notar que as intenções do rei não são lá muito altruístas, Asha ganha sua própria mágica, e tem seu desejo atendido por uma força cósmica chamada Estrela. Juntas, elas precisam enfrentar o rei para salvar a todos.
EQUIPE
O estúdio trouxe a tailandesa Fawn Veerasunthorn para dirigir sua 62ª animação em longa-metragem, ao lado de Chris Buck (de “Frozen” e “Frozen 2”), um dos pioneiros da animação computadorizada.
Foi a primeira vez de uma tailandesa como diretora do estúdio, segunda de uma mulher (além de Jennifer Lee, de “Frozen”, que atua neste novo filme como corroteirista, ao lado de Allison Moore), embora Fawn não seja novata nem na indústria de animação nem na Disney.
Ela foi encarregada da arte de filmes como “WiFi Ralph: Quebrando a Internet” e outros imbuídos de protagonismo feminino que dialogam diretamente com o novo lançamento, “Moana, Um Mar de Aventuras” e “Frozen”.
HOMENAGEM À DISNEY
Tecnicamente, o filme recupera técnicas empregadas nos primórdios da Disney, como os desenhos em 2D feitos à mão, aliadas à animação com técnicas modernas, para criar texturas e movimentos.
E é cheio de autorreferências, desde clássicos como “Fantasia” e “Pinóquio”, “Peter Pan”, “Mary Poppins”, passando por produções mais recentes da Disney, como o próprio “Frozen” e “Encanto”.
Mas o que era para ter um tom de homenagem foi um dos defeitos vistos no filme por parte da crítica, com pouca inovação no arco dramático e muitas repetições nas cenas.
Além disso, os críticos não veem nele a força de personagens como Elza e Moana, ou alívios cômicos tão eficientes. Nem canções arrebatadoras, capazes de ficar na mente do público após a saída do cinema, dando a “Wish” o caráter de um filme mediano.
Se for como disse Fawn ao site brasileiro Omelete, que dirigir o filme era “a prova de que sonhos impossíveis podem se concretizar”, ao reforçar a importância de falar do poder dos desejos, quem sabe o desejo de fazer deste filme um marco o conecte aos corações da plateia para fazer a estrela da Disney brilhar.
*Com Folhapress e Omelete
ASSSISTA
Wish – O Poder dos Desejos
Produção: EUA/2023
Direção: Fawn Veerasunthorn e Chris Buck
Estreia: Hoje, 4 de janeiro
Onde: Nos cinemas