
O jornalista e escritor Walbert Monteiro lança novo livro na próxima terça-feira, dia 25, com uma sessão de autógrafos no Museu do Judiciário, às 17h. No título, “A essencialidade de Maria, Mãe de Deus”, o autor demonstra sua fé e devoção à Nossa Senhora. Antes, neste domingo, o autor faz um pré-lançamento da publicação durante as missas da Igreja da Santíssima Trindade, no bairro da Campina, em Belém.
A publicação foi inspirada no Círio de Nazaré, a maior festa católica do país e uma das maiores procissões religiosas do mundo, reunindo mais de dois milhões de fiéis no segundo domingo de outubro na capital paraense. “Há 40 anos, quando ainda fazia parte da Diretoria da Festa do Círio de Nazaré, o então pároco da Santíssima Trindade, o saudoso Monsenhor Geraldo Menezes, instou-me a tentar uma mudança no hino ‘Vós sois o lírio mimoso’, exatamente no verso que fala ‘de vossos lábios divinos’, substituindo-o por ‘lábios sublimes’. Explicava aquele sacerdote que não era legítimo atribuir ‘divindade’ à Virgem Maria que, apesar de ter sido escolhida para Mãe de Deus e esposa do Espírito Santo, mantinha sua condição humana, exatamente igual a nós. A proposta inquietou-me, mas não ousei levar adiante”, recorda Walbert Monteiro.
Muitos anos mais tarde, o autor diz que, ao preparar-se para ser consagrado à Nossa Senhora, num rito que atrai centenas de adeptos católicos e feito em cerimônias religiosas em datas ligadas à Maria, ele se deparou com o assunto da divindade de Maria. “Ao reler o livro de São Luís Grignion de Montfort (Tratado da verdadeira devoção à Nossa Senhora), vi um trecho em que o sacro autor refere-se a ela como ‘divina Maria’, reacendendo a chama da dúvida: afinal, é ou não possível atribuir a condição divina àquela em cujo ventre, pela ação divina, foi gerado o Filho de Deus?”, indaga Walbert Monteiro.
O autor partiu para a pesquisa para sanar suas dúvidas. “Consultei alguns sacerdotes amigos e decidi aprofundar o estudo do tema, percebendo que, com o apoio de uma modesta bibliografia mariana em meu poder (mais de 50 livros foram consultados), poderia elaborar uma síntese ordenada desses escritos mariológicos, destacando alguns aspectos de pouco conhecimento do público: a postura de Martinho Lutero em relação à Maria, reconhecendo que ela, mãe de Deus, é nossa intercessora no céu; a presença de Maria no Islamismo; os traços biográficos que conhecemos em função do evangelho apócrifo de Tiago; a polêmica da corredenção como dogma mariano e as principais aparições de Nossa Senhora”, afirma.
Walbert Monteiro ressalta que durante esse processo de pesquisa, ele foi aconselhado a reler a Lumen Gentium (um dos textos mais importantes da Igreja Católica, que trata de sua natureza e constituição0 e outros documentos da Igreja, nos quais encontraria o embasamento da teologia católica sobre a figura de Maria. “Em seguida, procurei ordenar a bibliografia que possuo sobre o tema e destacar os pensamentos que enriqueceriam o livro. Publiquei algumas crônicas a respeito, buscando conhecer a reação do público e, percebendo a forte aceitação, ousei elaborar uma obra que incentivasse a devoção mariana sob uma ótica consentânea com os Evangelhos e a doutrina da Igreja, sem pieguices ou exageros, apresentando Maria como essencial à nossa vida, na condição de intercessora e caminho seguro que nos leva a Jesus Cristo, seu Divino Filho. A missionária por excelência que, como nas bodas de Caná, nos convida a fazer tudo o que Ele nos disser”, destaca. “Estruturada a obra, levei-a ao conhecimento do meu pároco, Cônego Vladian da Silva Alves, diretor da Faculdade Católica, para que ele a analisasse. Obtendo aprovação, convidei-o para prefaciar o livro”, detalha o autor.
Walbert Monteiro tem uma relação com a escrita que está completando 64 anos. Atualmente é editor da revista “Juspará”, da Associação dos Magistrados do Estado do Pará. Jornalista desde 1961, passou pelas redações de “A Província do Pará”, “Jornal do Dia” e revista “Mensagem”. Além disso, atuou como diretor do DIÁRIO DO PARÁ e “A Voz de Nazaré”. Em 1963, dirigiu a Revista do Cpor/8, além de ter atuado durante 14 anos consecutivos como editor e redator das revistas “Ver-o-Pará” e “Nosso Pará”, além da “Revista do Círio”. Editou, também, a revista do Conselho de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil até 2019. Escreveu e editou compêndios sobre o Jubileu 200 Anos da Trindade e o Cinquentenário da Turma Sobral Pinto.
Passou a publicar livros a partir de 2018, quando resolveu condensar os artigos que publicava na imprensa e nas redes sociais, em paralelo a um que realizou em conjunto com outros dois jornalistas sobre igrejas históricas de Belém. De lá para cá, lançou “Nosso sabor pai d’égua”, “Círio de Nazaré, minha visão de fé” (duas edições), “Palavras além do tempo”, “Reflexões reclusas”, “Reflexões libertas”, “Minhas reflexões”, “Rosário, um tesouro que se (re)descobre”, “Três vultos históricos do Pará”, e “Decidir-se”.
“Ultimamente tenho me voltado à temática religiosa por considerar ser importante que me coloque, através da escrita, a serviço da evangelização, buscando orientar a comunidade, pela reflexão e conhecimento, no caminho da fé autêntica”.