CONFIRA

'Turma da Mônica' ressurge idosa em série

Conheça a nova série de animação da Turma da Mônica e descubra as origens dos personagens. Uma história inédita nos gibis.

"Turma da Mônica: Origens" expande o universo de adaptações com atores em carne e osso que o autor lançou há sete anos no cinema. É a história de como os personagens de "Laços" se conheceram.
"Turma da Mônica: Origens" expande o universo de adaptações com atores em carne e osso que o autor lançou há sete anos no cinema. É a história de como os personagens de "Laços" se conheceram.

As histórias infantis de Mauricio de Sousa estão ganhando novos contornos, mas nas telas. A Turma da Mônica, por exemplo, vai ressurgir de cara nova na série “Origens”, que mostra como Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão viraram amigos –uma história pouquíssimo explorada nos gibis. O inusitado é que a produção marca também a primeira vez que a trupe aparece idosa pela primeira vez em qualquer tipo de mídia.

Mauricio de Sousa está lançando também “Astronauta”, primeira animação adulta brasileira da HBO, que leva o personagem a uma viagem pelo espaço e por seus pesadelos. Misto de ficção científica, suspense e horror, a série de seis episódios tem palavrões, criaturas assustadoras e uma trama com tom de urgência e perigo.

Ambas as produções se relacionam, em alguma medida, com as HQs da Graphic MSP, selo que convida quadrinistas a recriar os personagens do Mauricio de Sousa em tramas mais maduras, dedicadas ao público jovem.

A série “Origens” se passa anos antes dos filmes “Laços” e “Lições”, inspirados nas HQs de Vitor e Lu Cafaggi, enquanto “Astronauta” pega emprestado o traço que Danilo Beyruth usa na sua reinterpretação do personagem publicada pelo selo.

“Nessa intenção não é deixar de lado o público infantil, mas falar com mais faixas etárias e trabalhar com outras propriedades intelectuais”, diz Marcos Saraiva, diretor-executivo da Mauricio de Sousa Produções e responsável pelas obras audiovisuais feitas com personagens da empresa. “Queremos fazer animação, ‘live-action’, ‘stop motion’, talvez até algo com fantoches.”

“Turma da Mônica: Origens” expande o universo de adaptações com atores em carne e osso que o autor lançou há sete anos no cinema. É a história de como os personagens de “Laços” se conheceram.

Voltar uns anos no tempo foi a estratégia encontrada pelos criadores Daniel Rezende e Marina Maria Iório para driblar a impossibilidade de reutilizar o elenco dos filmes, agora adolescentes –o ator que fez o primeiro Cebolinha, por exemplo, já tem bigode.

Na série, após bater a cabeça, uma Mônica de 70 anos perde a memória. Os antigos colegas da turma se reúnem então para ajudá-la a elucidar as ideias, e juntos eles recontam a história de como viraram melhores amigos num hotel do bairro do Limoeiro quando todos tinham sete anos.

As versões idosas de Mônica, Cebolinha e Cascão são feitas pelos atores Louise Cardoso, Daniel Dantas e Paulo Betti –figuras que qualquer brasileiro já viu num tanto de novelas da Globo. Mesmo maduros, e com um ar de sabedoria, os personagens mais velhos mantêm a personalidade que todo mundo conhece. A líder da turma é a mesma cabeça-dura, e o Cebolinha ainda tem aquela sensação de estar sempre um passo atrás da amiga.

É melancólico ver a toda-poderosa Mônica esquecer uma história tão fundamental de sua vida. Foi preciso tomar cuidado para não encher de drama uma série que pretende ser leve e engraçada, conta Iório, a roteirista.

“Não são coitadinhos decadentes. A gente os apelidou de ‘velhos sacudidos’. Ainda são a nossa turma, se sacaneiam entre eles, fazem as mesmas piadas”, diz a diretora Isabel Valiante.

Cada capítulo tem 20 minutos

De capítulos curtos, com 20 minutos cada, a produção tenta manter o tom esperançoso e gracioso de “Laços” e “Lições”. É um registro oposto ao de “Astronauta”, que aposta na gravidade, com o perdão do trocadilho.

A animação conta a história de Pereira, um astronauta brasileiro que foi abduzido cinco anos atrás, e que volta ao espaço para tentar salvar colegas de trabalho que desapareceram em missão à Lua.

Além das cenas de violência física e verbal, menção de bebidas, a trama é um tanto complexa, com idas e vindas no tempo, e momentos psicodélicos que tentam retratar a confusão mental dos protagonistas.

A série é indicada para maiores de 14 anos por causa da complexidade do seu conceito e sua densidade, diz Silvia Fu, diretora sênior de conteúdo roteirizado da Warner Bros. Discovery. “A gente tentou pensar no que o público da HBO consome, e já tínhamos lançado outras animações para um público mais adulto.”

A Mauricio de Sousa Produções vai lançar um filme do Chico Bento em janeiro, deve filmar uma sequência de “Turma da Mônica Jovem” no ano que vem, tem projetos para a turma do fantasma Penadinho, e está reestruturando uma possível série sobre o personagem Jeremias, que vem sendo prometida desde 2019.

Turma da Mônica – Origens
Onde: No Globoplay

Classificação: Livre
Elenco: Louise Cardoso, Daniel Dantas e Paulo Betti
Produção: Brasil, 2024
Direção: Isabel Valiante
Astronauta
Quando: Toda sex., às 21h30, na HBO, e aos dom., no Max
Classificação: 14 anos
Produção: Brasil, 2024
Direção: Roger Keesse

GUILHERME LUIS/SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)