Com show intitulado “Theo Pérola Negra: Samba, Histórias e Tradições”, o carioca que se tornou um dos nomes de destaque no samba paraense, celebra seus 60 anos de carreira neste domingo, 14, às 20h, no teatro Margarida Schivasappa. O ingresso tem preço popular de R$ 2 e mais um quilo de alimento não perecível.
“Não queria fazer um show só para cantar e as pessoas ficarem ouvindo na poltrona. É uma espécie de gratidão muito grande que tenho pelo Pará. Foi aqui que me senti bem, fui bem recebido por todos, sem distinção. Sou mais paraense do que você imagina. Essa terra tem o dom de cativar e fazer bem às pessoas, e costumo dizer que tudo daqui é melhor do que qualquer outro lugar do mundo. E olha que já passei pela África, Europa, Caribe, Suriname e Guiana Francesa”, falou Theo Pérola Negra, que está radicado no Pará há 50 anos.
Nascido no Rio de Janeiro, batizado como Ethevaldo Mascate de Sousa, o sambista assumiu como nome artístico Theo Pérola Negra e dividiu o palco com Cartola, Clementina de Jesus, Nelson Cavaquinho, dentre tantos outros. Criado nos palcos dos teatros, a arte sempre esteve presente em sua vida. Filho de Grande Otelo, um dos mais destacados atores brasileiros do século 20, e de Cloris Deime, atriz e proprietária do Teatro Arena Club de Arte, em Copacabana, no Rio de Janeiro, Theo já tinha no DNA a alma de artista. Iniciou no teatro e em uma das viagens pelo Brasil se encantou por Belém do Pará, onde vive até hoje.
Theo Pérola Negra é um autêntico representante do samba, se destacou em grandes escolas de samba de Belém e, para a celebração no palco, escolheu um repertório com sambas de raiz e sambas-enredos, como “Foi um rio que passou na minha vida”, “Aquele lencinho”, “Meninos da Mangueira”, “Glórias a Monteiro Lobato”.
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“Sambas antigos de raiz, que há muito tempo não se escuta nas rodas de samba, como Cartola, Nelson Cavaquinho, Zé Kéti, Paulinho da Viola, isso que o povo vai ouvir no show. No final apoteótico, teremos sambas-enredos daqui e do Rio de Janeiro”, contou Theo, que receberá convidados especiais para celebrar com ele: Creuza Gomes, Fernando Gogó de Ouro, Ademar Carneiro, Luís Leite, Marquinho Melodia, e muitos outros.
“Tem gente da época que cheguei aqui e algumas pessoas que são talismãs, que vou segurar para ver até onde vai no samba-enredo: Creuza Gomes, Ademar Carneiro, Gonzaguinha do Samba, Paulo Ivan, Amanda Fórum e Marquinho Melodia. Cada um vai cantar um samba-enredo aqui de Belém, essa é a minha maneira de homenagear as escolas e o povo paraense. No final vamos cantar todo mundo”, acrescentou o sambista.
“Estou muito emotivo e com muita boa vontade. É um prazer fazer aquilo que eu mais sei fazer, que aprendi, e poder abrir a boca e dizer que amo esse povo e esse estado. Agradeço todos das escolas de samba de Belém, e a minha querida, que bate forte no coração, a Grande Família”, disse o artista, que já foi intérprete da Boêmios da Campina, sendo campeão com a interpretação de samba de Ruy Barata e Paulo André Barata. No mesmo ano, interpretou o samba do bloco Unidos de Vila Farah, que também foi campeão. Em sua trajetória artística, já emprestou a voz para a escola Arco-Íris, bloco Xavante, Quem São Eles e Acadêmicos da Pedreira, e fez muitas festas de carnaval em diversos clubes paraenses. Atualmente é presidente da Escola Grande Família.
