O Theatro da Paz recebeu ontem o desfile da coleção de moda “Fibra da Terra”, resultado de parceria entre a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e a Secretaria de Estado de Cultura (Secult). A coleção foi desenvolvida a partir do projeto “Sons de Liberdade”, que leva oficinas de figurino e moda, visagismo e cenografia em unidades penitenciárias do Centro de Recuperação Feminino (CRF) e da Central de Triagem Metropolitana II (CTM II).
Idealizada pela estilista e professora Alcimara Braga, a coleção contou com 12 peças confeccionadas em em fibra de juta pelas internas da Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe), ao longo de duas semanas, com material foi fornecido pela empresa Castanhal Têxtil. Já os acessórios de marcenaria utilizados no desfile foram feitos pelos internos da Central de Triagem Metropolitana II (CTM II), que participaram da oficina de cenografia.
OPORTUNIDADE PARA MOSTRAR TALENTOS E RECOMEÇAR
Para Belchior Machado, titular da diretoria de reinserção social, o projeto “Sons de Liberdade” é uma oportunidade de demonstrar o talento escondido das internas. “Conseguimos mostrar para as pessoas que o trabalho delas tem um valor, e a partir do talento elas podem aflorar o sentimento da liberdade”, afirma.
Vinte e oito internas do CRF de Ananindeua que integram a Coostafe participaram do evento no hall do Theatro da Paz – quatro delas entre as doze modelos que desfilaram as peças. “Hoje eu vivi um dia de princesa, nunca vou me esquecer disso”, conta a custodiada P.S.B., de 33 anos, uma das escolhidas para desfilar no teatro.
“O Theatro é uma casa que recebe o que tem de mais bonito, os sonhos e a celebração da vida através da arte. Nossa intenção, foi trazer essas mulheres aqui para que elas sejam aplaudidas pelo trabalho que conseguem produzir”, diz Daniel Araújo, diretor do Theatro da Paz.
*Com Agência Pará