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Tem sotaque paraense no off-Broadway

A paraense Nathia está em cartaz em São Paulo e segue fazendo o próprio caminho no teatro musical. Foto: Divulgação
A paraense Nathia está em cartaz em São Paulo e segue fazendo o próprio caminho no teatro musical. Foto: Divulgação

Aline Rodrigues

Uma imersão ao mundo do teatro musical nacional e internacional é o que promete o espetáculo “O Musical dos Musicais”, com direção artística de Fernanda Chamma, que reúne jovens talentos e nomes consagrados do teatro musical em um formato único de pocket show, no palco do Teatro Nair Bello, em São Paulo, até o dia 4 de junho. Entre esses talentos, está a paraense Nathalia Saldanha Soares, de 34 anos, mais conhecida no meio artístico como Nathia.

“Faço parte da companhia de teatro musical dirigida pela diretora artística e coreógrafa Fernanda Chamma, que é quem está assinando a direção desse musical off-Broadway. Participarei em números variados, que foram coreografados pela Natália Antunes e o Francisco Ribeiro, que irão se revezar ao longo da temporada com solos e artistas convidados. Sem spoiler (risos), como os números vão mudando durante as semanas, não podemos falar o que vai ter, mas garanto que serão cenas da Broadway com uma nova abordagem e leitura”, explica a paraense.

“Fosse”, “Anastácia”, “Mamma Mia”, “Chicago”, “Hairspray”, “Les Miserables”, “Cabaret”, “Wicked”, “Grease”, “Newsies”, “Heathers”, “Matilda”, “Mean Girls”, “Hamilton”, entre outros famosos musicais farão parte do tributo.

“Foi um mês intenso de ensaios na sede da companhia, na Escola Estúdio Broadway Morumbi. Na minha preparação individual, fiz muitas aulas de balé e jazz para estar com a técnica afinada para o espetáculo, que exige muito dos atores tecnicamente. Faço aula de balé clássico na Escola de Dança de São Paulo (Edasp) com a coreógrafa Vanessa Costa, e jazz com os coreógrafos Kátia Barros, Natália Antunes e Francisco Ribeiro”, conta a atriz, que está radicada em São Paulo há nove anos.

Nathia também fez preparação vocal coaching com o maestro Marconi Araujo, ganhador de inúmeros prêmios, inclusive o Bidu Sayão, a ainda com o maestro Leo Córdoba e Alírio Neto. “Atuamos, cantamos e dançamos ao mesmo tempo, e precisamos estar com tudo alinhado para termos um lindo resultado”, explica, ao defender a importância da preparação.

A atriz é engenheira civil formada pela UFPA, foi para São Paulo continuar se especializando e trabalhar como artista. Desde 2019, ela atua somente na carreira artística.

“A expectativa é de teatro lotado, que já está ficando ‘sold out’, e muita animação, pois irei dançar em musicais que fazem parte da minha história pessoal, coreografias que nunca dancei antes. É sempre gratificante poder participar de um projeto que desde o começo deu espaço para novos talentos brilharem ao lado de artistas consagrados do teatro musical brasileiro”, pontua Nathia, que se formou como atriz em São Paulo, em 2018, no Indac- Escola de Atores. Ela estreou com a peça “Homens de Papel”, com direção do premiado Kiko Marques, com quem a atriz continua estudando interpretação. Depois da montagem, Nathia participou de outras montagens estudantis como atriz.

“O ano de 2022 foi excelente para mim, participei de quatro musicais: o beneficente ‘Mãos Dadas’, com produção da Dagnus, que ficou em cartaz no Teatro Liberdade; ‘Fame Jr’ e ‘Footloose’, que ficaram em cartaz no Teatro Cassiano Gabus Mendes; e o espetáculo ‘A Christmas Carol’, no Teatro Santander. Os três últimos foram com direção e produção de Fernanda Chamma. ‘A Christmas Carol’ contou com os maravilhosos Miguel Falabella e Arízio Magalhães como protagonistas. Foi uma experiência fora de sério poder estar com esses artistas em sala de ensaio e poder ver seus processos criativos. O Falabella fez todas as versões do musical que cantamos no ‘A Christmas Carol’”, destaca a atriz.

Os próximos planos da atriz são três espetáculos para estrear nos próximos meses, dentre eles um musical. “Ansiosa, porque os próximos meses prometem muita coisa legal”, celebra.

Mesmo assim, ela confessa sentir falta de estar em Belém. “A primeira coisa que faço [ao visitar o Pará] é reunir a família e os amigos para ir comer num toc-toc. E se possível, ir para praia! Quero deixar uma mensagem para os meus colegas de profissão paraenses: vale a pena estudar, se planejar e ir atrás dos seus sonhos, mesmo sem ter um ‘QI’ ou um padrinho, é possível chegar lá, sim. Não é o nosso sotaque ou pessoalidades que irão nos impedir: pelo contrário, vão ser o diferencial”, diz.